Mesmo com prejuízo, Braskem (BRKM5) dispara 18%; entenda por quê

As ações da Braskem (BRKM5) estão subindo mais de 18% na tarde desta terça-feira (11), por volta das 15h, impulsionadas pelo bom humor do mercado em relação aos resultados do terceiro trimestre de 2025. A petroquímica reportou um prejuízo líquido de R$ 26 milhões no período, uma redução de 96% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Já o Ebitda recorrente da Braskem somou R$ 818 milhões entre julho e setembro, recuo de 65% na base anual, mas avanço de 104% em relação ao segundo trimestre. A receita líquida totalizou R$ 17,3 bilhões, cerca de 20% abaixo do desempenho de 2024.

Apesar da queda da receita, os investidores reagiram positivamente ao avanço operacional e às medidas anunciadas pela empresa, incluindo o acordo de R$ 1,2 bilhão com o governo de Alagoas, que encerra as disputas judiciais ligadas ao afundamento do solo em Maceió e mitiga incertezas sobre a estrutura societária da empresa.

Por que os resultados da Braskem (BRKM5) foram positivos para o mercado?

Segundo relatório do UBS BB, o desempenho da Braskem foi considerado “fraco, mas dentro das expectativas”, diante de um cenário ainda desafiador para o setor petroquímico global. O banco destacou que a companhia já consumiu US$ 1,1 bilhão em caixa nos primeiros nove meses do ano, o que reforça preocupações com a geração de caixa.

No entanto, a instituição ressaltou cinco fatores externos que ajudam a reduzir riscos: o avanço do projeto de lei PRESIQ no Congresso, as notícias sobre a possível resolução da estrutura acionária, medidas antidumping, o acordo com o Estado de Alagoas e a renovação de tarifas de importação. “Esses fatores permanecem como pré-condições para um retorno à geração de caixa no futuro próximo”, afirmou o relatório.

Apesar do avanço recente, o UBS BB manteve recomendação neutra para as ações BRKM5, com preço-alvo de R$ 10 por papel. Segundo o banco, o caminho de recuperação da petroquímica ainda pode enfrentar “volatilidade e incerteza significativas”.

O BB Investimentos também avaliou os números como um sinal de melhora operacional. Em relatório, destacou que o acordo com Alagoas “pode significar uma importante mitigação de riscos e destravar a venda do controle da companhia”. A instituição manteve o preço-alvo de R$ 14 para 2026, mas revisou a recomendação para neutra, antes classificada como venda, citando menores riscos estratégicos e jurídicos.

Mesmo com os avanços, o BB alertou para a alavancagem elevada da Braskem (BRKM5), que passou de 10,6 vezes para 14,8 vezes o Ebitda, e para a continuidade da queima de caixa. Ainda assim, destacou que o alongamento da dívida e a liquidez reforçada com o saque de uma linha de crédito de US$ 1 bilhão oferecem um respiro financeiro.

Giovanna Oliveira

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