Ibovespa respira após bancos desabarem, mas a pressão interna ainda persiste

O Ibovespa registrou uma leve alta de 0,17% nesta quarta-feira, fechando a 134.666,46 pontos, após uma recuperação tímida no setor financeiro. O índice flutuou entre 134.121,67 pontos e 134.963,84 pontos durante o pregão, com destaque para a recuperação de bancos como Santander, que subiu 2,08%, após o tombo de 2,10% na véspera.

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Apesar dessa recuperação parcial, a pressão interna continua. “Hoje nós temos uma pequena alta no setor financeiro, que ocorre muito porque ontem mesmo, após o fechamento do mercado, tivemos um despacho complementar do Flávio Dino, que explicou melhor sua decisão e deixou claro que não era nenhum tipo de afronta a regras internacionais”, comentou Danilo Coelho, economista especialista em investimentos.

Além disso, a tensão política no Brasil continua a gerar incerteza. A recente pesquisa que mostrou uma melhora na aprovação do governo Lula, com aumento de três pontos percentuais em agosto, trouxe alguma perspectiva positiva, mas o mercado segue monitorando de perto as movimentações políticas e as declarações sobre as relações com os Estados Unidos.

O Ibovespa, além de ter registrado uma recuperação no setor bancário, também refletiu a movimentação de outras empresas no mercado. Na ponta ganhadora, Pão de Açúcar (PCAR3) se destacou com um salto de 8,62%, impulsionado por bons resultados no setor de varejo e uma reação positiva do mercado. Ultrapar (UGPA3) seguiu a mesma linha, subindo 4,35%, após anúncio de novos projetos estratégicos que reforçam sua posição no setor de energia e distribuição. Já Auren (AURE3) teve alta de 4,05%, com investidores otimistas sobre sua participação em projetos de energia renovável.

Por outro lado, empresas do setor de commodities apresentaram variações distintas. Marfrig (MRFG3) registrou queda de -3,16%, ainda refletindo os impactos das recentes quedas nas margens operacionais, enquanto Rumo (RAIL3) caiu -3,11% devido à desaceleração nas expectativas de crescimento do setor de transporte ferroviário. Vale ON (VALE3) também não escapou da pressão externa, fechando o dia com uma queda de -0,45%, mesmo com a recuperação dos preços das commodities no mercado global. Já Petrobras (PETR3 e PETR4) teve um desempenho mais positivo, com ganhos de 0,83% e 0,60%, respectivamente, acompanhando o movimento de alta nos preços do petróleo no mercado internacional.

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Cenário externo:

O cenário internacional também segue pesando sobre o Ibovespa. Segundo Mauricio Garret, chefe da mesa de operações internacionais do Inter, “O mercado piorou nos EUA após a divulgação da ata do Fed, que sinalizou que a maioria dos membros continua preocupada com a inflação, o que reduziu as expectativas de cortes agressivos nos juros, frustrando quem esperava uma postura mais favorável.”

O impacto dessas incertezas externas foi visível nos mercados globais, e, como Garret aponta, “ninguém sabe ao certo como será o repasse das tarifas comerciais, e o processo pode ser mais lento e gradual, o que gera mais cautela nos investidores.” Com isso, o Ibovespa, mesmo com a leve recuperação, ainda sente os efeitos dessa pressão global.

  • Dow Jones: -0,30%
  • S&P 500: -0,25%
  • Nasdaq: -0,35%

A reação dos mercados internacionais à ata do Fed e os dados econômicos dos EUA seguem impactando os mercados locais. O mercado americano está ajustando suas expectativas quanto a cortes nos juros, o que gerou uma pressão adicional sobre o Ibovespa.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Última cotação do Ibovespa

Ibovespa encerrou as negociações da última terça-feira (19) com uma queda de 2,20%, aos 134.295 pontos.

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Maíra Telles

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