Vale (VALE3) tem lucro 17% menor no 1T25, mesmo com alta nas vendas

A Vale (VALE3) reportou lucro líquido de US$ 1,39 bilhão no primeiro trimestre de 2025 (1T25), uma queda de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho operacional da companhia foi marcado por crescimento nas vendas, mas os preços mais baixos do minério de ferro e níquel, combinados a um mix de produtos menos vantajoso, pressionaram os resultados.

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O EBITDA proforma foi de US$ 3,2 bilhões, queda de 8% na base anual. Segundo a mineradora, esse número foi parcialmente sustentado por maiores volumes de vendas e redução de custos, especialmente no minério de ferro, além do melhor desempenho da divisão de metais básicos.

As vendas de minério de ferro cresceram 4% a/a (2,3 Mt), enquanto as de cobre e níquel aumentaram 7% (5,1 kt) e 18% (5,8 kt), respectivamente. No entanto, o preço médio realizado do minério de ferro foi de US$ 90,8/t — praticamente estável em relação ao trimestre anterior, mas com queda de 10% a/a, refletindo preços de referência mais baixos.

O custo caixa C1 de finos de minério de ferro (excluindo compras de terceiros) caiu 11% a/a, atingindo US$ 21,0/t, mantendo a trajetória de queda e alinhado ao guidance da empresa de US$ 20,5–22,0/t para 2025.

O Capex somou US$ 1,2 bilhão, US$ 221 milhões menor a/a, em linha com a revisão do plano de investimento. A geração de fluxo de caixa livre recorrente foi de US$ 504 milhões, uma redução de US$ 1,7 bilhão frente ao 1T24, impactada pelo menor EBITDA e aumento no capital de giro. Já a dívida líquida expandida cresceu US$ 1,8 bilhão no trimestre, totalizando US$ 18,2 bilhões, puxada por pagamentos de dividendos e JCP.

Vale (VALE3): XP mantém recomendação neutra

Em relatório assinado por Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano, a XP Investimentos avaliou o desempenho da mineradora como operacionalmente neutro no 1T25. O EBITDA ajustado, de aproximadamente US$ 3,1 bilhões, ficou 3% abaixo da estimativa anterior da corretora.

Entre os pontos de destaque, a XP mencionou que os embarques de finos de minério de ferro aumentaram 7% a/a, acima da expectativa (+4% XP), impulsionados pela venda de estoques formados em trimestres anteriores. Ainda assim, houve contribuição mais fraca do Sistema Norte, impactado por chuvas intensas.

Por outro lado, os volumes de vendas de pelotas recuaram 19% a/a, e os preços realizados do minério de ferro caíram 2% t/t, reflexo de teores mais baixos e prêmios menores de mercado. Em metais básicos, a XP apontou recuperação na produção de cobre, com alta de 11% a/a, puxada por Salobo (+3,9 kt) e Sossego (+3,7 kt).

A corretora reiterou recomendação neutra para Vale (VALE3), destacando um upside limitado, mas reconhecendo uma assimetria positiva para as ações nos preços atuais.

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Maíra Telles

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