FIIs: gestores comemoram isenção fiscal de rendimentos dos fundos

Os rendimentos dos Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs) vão seguir isentos de impostos. Foi o que disse, nesta terça (13), o relator do projeto de lei da reforma tributária, deputado Celso Sabino (PSDB-PA).

A notícia, adiantada ontem pelo ministro da Economia Paulo Guedes e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL),  mexeu com o mercado de fundos imobiliários.

Nesta segunda (12), o IFIX fechou com avanço de 1,30%. O índice disparou logo que a reportagem do site Poder 360 foi publicada, por vilta das 14h.

Nesta terça, o IFIX se manteve em  forte alta — às 1eh, a alta era de 0,90%. O índice fechou com  ganhos  de 0,93%.

Gestores de FIIs festejaram o projeto sobre a isenção dos rendimentos dos fundos imobiliários.

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Isenção tributária anual de R$ 650 milhões

Alessandro Vedrossi, sócio da Valora Investimentos, considerou correta a decisão de tirar a tributação da pauta da reforma tributária.

Vedrossi argumentou que a isenção tributária representa volume anual de R$ 650 milhões, o que é pouco em relação à importância da indústria. “A tributação não teria, portanto, tanto impacto na captação de recursos.  Mas, se fosse levada adiante,  afetaria a indústria imobiliária.”

Por mais que a indústria de fundos tenha crescido, chegando a um total de 1,5 milhão de investidores na bolsa de valores, ela tem muito a se desenvolver ainda, lembra o gestor da Valora.

“Cerca de 2/3 dos investidores de fundos imobiliários têm até R$ 10 mil investidos em fundos.  Tributar esses rendimentos afetaria o pequeno poupador, maioria na indústria”, lembra Vedrossi.

Além disso, os fundos financiam a atividade imobiliária, diz o gestor da Valora.

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“É um volume de recursos que gera empregos, movimenta a economia e tira a concentração bancária. Abrir mão desses dinheiro da tributação engajao pequeno poupador e leva mais recursos para a o setor imobiliário, criando empregos.”

FIIs: isenção beneficia a economia real

Caio Braz, sócio da Urca Capital Partners, lembra que a não taxação dos FIIs estimula a economia real.

“A não tributação não é só um benefício aos investidores. É também às pessoas que fazem parte da cadeia do mercado imobiliário. Os FIIs são uma fonte de captação e investimento para o mercado, comercial e residencial”, diz Braz.

“Quem acabaria sofrendo com o aumento das taxas seriam as pessoas que fazem parte dessa cadeia do mercado imobiliário. A não taxação é um benefício a todos, a quem aluga, vende, comercializa ativos, trabalha no ramo. Não dá nem para mensurar o universo de pessoas beneficiadas por essa medida.”

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Oscilações no mercado de fundos imobiliários

Mauro Lima, sócio da RB Asset, recordou que em junho, quando surgiram rumores de que poderia ocorrer a tributação desses investimentos, o IFIX sofreu algumas quedas.

Em 25 de junho, uma sexta-feira, o índice despencou em “efeito manada”,

Certamente muitos investidores perderam dinheiro, ressalta Lima. “Mas, em 12 de julho, quando foi divulgado que o plano seria ajustado, o mesmo IFIX teve uma alta considerável.”

“O lastro dos FIIs são os ativos, ou o que eles podem render”, explica.

“Naturalmente o mercado imobiliário (que gera empregos e fomenta indústrias de plástico, vidro, ferro, tintas, cerâmicas) iria reagir para se ajustar à tributação dos rendimentos.”

Ele conclui: “Os FIIs fazem parte de uma indústria que tem muito espaço para o amadurecimento, e muito upside em diversos segmentos.

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Marco Antônio Lopes

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