Conheça 5 profissões que podem estar com os dias contados

As tecnologias que tornam nossa vida mais fácil também tornam alguns trabalhos cada vez menos relevantes. Muitas vezes, a comodidade significa fazer com a tecnologia o que costuma ser feito por uma pessoa, cuja função deixa de existir.

O instituto francês Sapiens publicou um estudo sobre o impacto da revolução digital no mercado de trabalho, em que elenca as profissões que estão em maior risco de extinção por conta das revoluções tecnológicas. Para os que ficam para trás, a solução é se atualizar e buscar as novas áreas que se abrem.

De acordo com os pesquisadores do Sapiens, sempre que uma tecnologia for capaz de aumentar a produtividade, ela será escolhida pelo mercado. A previsão é que cerca de 2,1 milhões de trabalhadores em cinco áreas principais vejam seus empregos desaparecerem nos próximos anos. Os empregos ameaçados são funcionários de bancos e seguradoras, profissionais da área de contabilidade, secretários de escritório, agentes de manutenção e caixas de lojas e supermercados.

O diretor do instituto, Erwann Tison, afirma que o objetivo do estudo não é provocar o desespero e sim mostrar que as mudanças estão chegando e que é preciso tomar atitudes para enfrentá-las. Segundo ele, embora é verdade que muitos trabalhos estejam desaparecendo, “outros, em maior proporção também surgirão”.

Segundo o estudo, essas são as cinco áreas que verão o desaparecimento rápido de empregos:

1. Funcionários de bancos e seguradoras

A tecnologia tem alterado radicalmente o setor bancário, que por bastante tempo se viu relativamente protegido da revolução tecnológica que afetava a indústria, por exemplo. Emperesas de tecnologia financeira, as chamadas fintechs, estão mudando o jogo. Empregos no setor como funcionário de guichê, atendente de call center,  e representantes de vendas caíram 39% na França entre 1986 e 2016. Só no período entre 2010 e 2016, a queda foi de 22%. O estudo atribui essa queda ao surgimento de novas tecnologias financeiras e da digitalização de serviços bancários; para o Sapiens, as vagas não devem mais existir até 2051.

2. Funcionários de contabilidade

Desde 2004, o número de profissionais da área de contabilidade caiu quase 23%, na França, em grande parte devido aos softwares que facilitam e automatizam o trabalho na área. Também há uma tendência de se terceirizar os serviços da área, reduzindo o custo com o compartilhamento do serviço entre várias empresas. Para os pesquisadores, a tecnologia deve levar a mais uma onda de declínio na área, por meio de softwares inteligentes que possam executar tarefas de contabilidade sem intervenção humana. A profissão deve ser extinta entre 2041 e 2056, segundo a estimativa do estudo.

3. Secretários de escritórios

De todas as áreas em que podemos sentir o impacto da tecnologia digital diretamente, uma das maiores certamente é na organização, comunicação e agendamento, tarefas tradicionalmente executadas por secretários. Isso se reflete na queda de 26% na força de trabalho da área na França entre 1986 e hoje. Essa também é outra área em que o serviço é terceirizado e difundido entre várias empresas com menor mão de obra. O estudo estima que a profissão seja extinta entre 2053 e 2072.

4. Agentes de manutenção

A maior queda na área de trabalho manual, que engloba trabalhadores qualificados e não-qualificados, começou a ser vista em 2006, com a introdução de tecnologias para movimentação de cargas pesadas. Já é comum ver robôs atuando em galpões e armazéns de empresas do e-commerce como a Amazon e a Baidu, que são capazes de realizar automaticamente boa parte das operações logísticas que tradicionalmente seriam feitas por uma equipe humana. Para os pesquisadores, os cargos devem ser extintos entre 2071 e 2091.

5. Caixas de lojas e supermercados

A criação e ampliação de sistemas de self-checkout é cada vez mais evidente mundo afora, e, com isso, também a redução dos cargos de seres humanos que tradicionalmente trabalhariam nessa função. Entre 1986 e 2004 o número de funcionários aumentou em 25% na França, em grande parte pelo crescimento das lojas de departamento no país. No entanto, o número segue caindo desde então, com recuo de 15%, e deve continuar a diminuir daqui para frente.

Daniel Quandt

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