Investidor pessoa física também pode: veja 4 formas de investir em energia renovável

Muito se fala no grande potencial do setor de energia renovável no Brasil, mas não são apenas o investidor institucional e as grandes empresas que podem se beneficiar deste movimento. Os investidores pessoa física também têm algumas alternativas para investir em energia renovável.

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As mudanças para a transição energética no setor de energia já são observadas. Em energia eólica, por exemplo, há projeção de crescimento tanto no Brasil como globalmente.

“O setor está traçando planos para a COP27, marcada para novembro no Egito, com o objetivo de tentar quadruplicar as instalações eólicas no mundo. O Brasil é o sexto no ranking mundial de energia eólica em terra, somando 22 gigawatts (GW) de capacidade instalada”, afirmou Walberto L. Oliveira Filho, responsável pelas carteiras de clientes nas áreas de energia elétrica, varejo e consumidor do escritório Ernesto Borges Advogados.

“Esse crescimento exponencial é visto com otimismo pelo mercado financeiro, com constantes investimentos no setor, bem como no ambiente regulatório, avançando com projetos importantes no Congresso”, complementou. 

Não há apenas uma forma de embarcar nesse crescimento. Veja abaixo algumas opções para investir em energias renováveis:

1. Comprar ações de empresas listadas na Bolsa de valores

Uma das formas de investir em energia renovável é comprar ações de empresas de energia que investem em fontes renováveis e estão listadas na bolsa.

“Há empresas como a Ômega (MEGA3), que investe mais pesadamente em eólicas mas já está investindo bastante em solar também; tem a AES Brasil (AESB3); tem a Engie (EGIE3), com uma matriz totalmente limpa agora depois que se desfez de suas usinas a carvão”, explica o head de Energia e Saneamento da XP, Herbert Suede.

O especialista explica que essas empresas, por possuírem uma matriz renovável, podem vender essa energia incentivada a um preço superior ao da energia convencional, justamente porque existe um mercado no qual seus clientes querem minimizar a sua pegada ecológica.

“Por uma política que as ajuda até numa questão de crédito, elas adquirem a energia mesmo com spread.” 

Devido a essa demanda, para os fornecedores de energia é vantajoso comercializar a energia limpa, que é incentivada. Suede pondera que hoje se tem uma matriz energética bastante baseada em hídricas, que acaba sendo uma energia convencional. Então essa energia acaba sendo mais barata, pelo fato de o seu investimento já ter sido amortizado. 

Por outro lado, as novas fontes de energia renovável ainda são mais caras para se construir ou, mesmo que estejam se tornando mais baratas, demandam ainda um investimento inicial para construção.

Mas isso não espanta as empresas que tem uma demanda específica com a preocupação ambiental.

“As empresas que querem minimizar a pegada ecológica delas necessariamente vão procurar companhias que investem em energias renováveis, seja ela solar, eólica ou pequenas hidrelétricas, que também compõem essa matriz”, afirmou Herbert Suede. 

Perguntado sobre por que investir em empresas que investem em energias renováveis, Suede afirmou: “Essas companhias geralmente têm padrões de governança, não só de meio ambiente, mas também como um todo, padrões elevados. Tendem a ser companhias confiáveis, do ponto de vista de política de investimento, composição de comitê independente, alguns fatores que devem ser avaliados em conjunto, não só a parte ambiental”. 

Além disso, as empresas que investem em energia renovável encontram contrapartidas como benefícios fiscais e até benefícios relacionados à obtenção de crédito no mercado de capitais.

“Então é interessante observar e avaliar a companhia como um todo, essa composição é interessante, além de avaliar fundamentos, caixa e rentabilidade, em conjunto”, finalizou. 

Além das companhias de energia, empresas de saneamento também estão migrando seus esforços para iniciativas em energia, como é o exemplo da Sabesp (SBSP3), e por isso podem ser outra alternativa para investidores.

A companhia anunciou recentemente a compra de 20% da FOXX URE-BA, subsidiária da Orizon Valorização de Resíduos, que fará a incineração de resíduos sólidos e geração de energia. Essa será a primeira usina de geração de energia a partir da incineração de resíduos sólidos urbanos do Brasil, e terá potência instalada de 20 MW. 

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2. Fazer aportes em ETF – Fundos de Índice

A B3 conta com a carteira de ações do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3).

Entre as empresas listadas no índice em 2022, segundo a B3, 100% delas indicaram que possuem política corporativa relacionada às suas gestões ambientais e 93% das empresas indicaram que possuem ações ou programas estruturados de eficiência energética.  

Uma forma de investir no índice sem ter de comprar as ações separadamente é por meio do ETF que replica o resultado do ISE, chamado ISUS11.

3. Investir em energia renovável por meio de Fundos de investimento

Dados recentes destacam a melhoria do perfil de risco-retorno para a energia renovável de mercados emergentes e economias em desenvolvimento a partir de 2014.

A melhora é apoiada pela queda nos custos de tecnologia das energias renováveis e um ambiente de investimento aprimorado em alguns países de mercados emergentes como Índia e Brasil, aponta estudo do Imperial College Business School.

Para quem quer investir no segmento mas não tem tempo para analisar cada ativo antes de investir, uma boa oportunidade são os fundos de investimento. Há fundos multimercado e fundos imobiliários que investem em empresas de energias renováveis.

A vantagem dos fundos de investimento é contar com um gestor que irá avaliar os riscos e fazer o balanceamento ao longo do tempo. Além disso, as cotas podem ser uma forma acessível de fazer esse tipo de aporte.

4. Participar de Peer-to-peer lending

A energia de fonte solar deve liderar o crescimento das renováveis nos próximos anos, avalia especialista. Só neste ano, a energia solar cresceu 52,2%, segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar).

Para os que se interessam por formas mais arriscadas de investimento, há a possibilidade de investimento com peer-to-peer lending para financiamento de projetos de energia renovável, com foco em energia solar.

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Mariana Rodrigues

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