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Risco moral: o que você precisa saber sobre o termo

Risco moral

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Todas as negociações, inclusive as que envolvem investimentos, apresentam alguma incerteza. Um dos obstáculos é quando existem informações assimétricas ou falhas de informação, o que gera o risco moral.

O que é risco moral?

O risco moral, ou moral hazard, refere-se à possibilidade de um agente econômico mudar seu comportamento a partir da leitura de diferentes contextos nos quais ocorrem as transações econômicas.

Em resumo, refere-se a uma situação em que um lado da transação detém maior quantidade de informações, ou informações mais seguras, do que o outro.

O risco moral envolve duas situações:

  1. A ação de um dos lados não é verificável;
  2. O agente obtém informação privilegiada durante a transação econômica.

Este tipo de ameaça ocorre, por exemplo, na contratação de seguros, quando a seguradora não pode acompanhar o comportamento das pessoas que a contratam: nos planos de saúde, muitos segurados passam a visitar o médico frequentemente, por motivos banais.

Também na contratação de funcionários em uma organização, antes da admissão o empregador não têm informações seguras sobre o desempenho do candidato.

Assim, apenas com a efetivação da transação econômica é possível às empresas contarem com informações de qualidade, e em quantidade suficiente, sobre os envolvidos no negócio.

O problema agente-principal do risco moral

Um contexto específico de risco moral é o problema agente-principal: uma das partes, denominada agente, é contratada para atuar em relação ao interesse da outra parte, chamada principal.

Aqui, os interesses do agente e do principal não estão alinhados: geralmente, o primeiro tem mais informações sobre o segundo que o contrário, portanto, o principal não consegue monitorar adequadamente o agente. Isso dá margem para que o agente atue de forma arriscada ou equivocada.

Seleção adversa

Risco moral e seleção adversa são duas das consequências da assimetria ou falhas de informação.

A seleção adversa ocorre quando não se pode distinguir bons produtos, trabalhadores ou clientes dos maus – “bons” se referindo a adequado e confiável, e “maus”, o contrário.

Assim, na seleção adversa há um grande risco de se trocar “gato por lebre”.

O risco moral na microeconomia, esta última também conhecida como Teoria dos Preços e que corresponde ao estudo do comportamento econômico individual e particular, ele existe entre comprador e vendedor: cada um deles tem acesso a diferentes informações sobre o negócio, sendo que a maioria desses dados, no mercado, é expressa através dos preços.

Resultado: a seleção adversa muitas vezes provém de sinais de preços inadequados, sendo os preços fundamentados em oferta e demanda.

Ambos o risco moral e a seleção adversa podem ser minimizados com as sinalizações, em que se aplicam sinais para distinguir “bons” e “maus” no contexto da microeconomia. Nesse caso, “sinal” é sinônimo de garantia.

Reduzindo o risco moral

Uma das maneiras de diminuir o risco moral é através das sinalizações.

Por exemplo: a seguradora exige que os segurados utilizem GPS, alarmes, trancas e outros aparatos de segurança, podendo cobrar prêmios maiores caso o proprietário segurado resida em um local com alto índice de furto e roubo de veículos.

Na contratação de funcionários, por sua vez, as empresas podem fazer a exigência de que os candidatos a certa vaga disponham de referências de antigos empregadores, bem como experiência na função e itens de qualificação profissional.

Alguns procedimentos possíveis para reduzir o risco moral são:

Os governos também possuem medidas para auxiliar na minimização do risco moral, especialmente no mercado de crédito, ao proteger legalmente os credores. Todas estas medidas – de empresas e governo – podem reduzir os riscos, porém não eliminá-los. Como dito, o mercado envolve incertezas, e é necessário conviver com isso.

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