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Resumo da Semana: Retração nas projeções do PIB, crescimento na taxa de desemprego, alta do dólar e guerra comercial EUA x China

O índice Ibovespa encerrou a última semana registrando 89.993 pontos, o que representou, na última sexta-feira (17), uma variação negativa de -0,04%. Na semana, a desvalorização do principal índice das ações negociadas na bolsa de valores brasileira teve uma queda ainda mais expressiva, de -6,60%. Em 2019, no entanto, o índice segue positivo, porem bem menos expressivo do que observado nos primeiros meses do ano. Até agora, com quase seis meses do ano tendo se passado, o Ibovespa apresenta uma valorização de +2,40%.

Já o Ifix – o índice de referência dos Fundos de Investimentos Imobiliários – segue ainda se provando como uma excelente alternativa de entrada no mercado de renda variável para os investidores iniciantes, dada a sua baixa volatilidade histórica. Na última sexta-feira, por exemplo, o índice encerrou o dia aos 2.497 pontos, o que representou uma alta de +0,02% no dia. Na mesma semana e no acumulado de 2019, a variação do índice segue também positiva, de +0,22% e +6,20%, respectivamente.

Dentre os acontecimentos da semana, não poderíamos deixar de mencionar que o Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) obteve retração de 0,68% no primeiro trimestre deste ano. O indicador é calculado pelo Banco Central (BC) e funciona como uma “prévia do Produto Interno Bruto (PIB)”. O dado foi divulgado pelo BC no último dia 14 (terça-feira). Além disso, quatro entidades importantes cortaram as projeções de crescimento do PIB do Brasil em 2019. Na segunda-feira (13), o Boletim Focus, compilado pelo (BC) semanalmente, reduziu a projeção de crescimento do PIB de 1,49% para 1,45% em 2019. Ainda na segunda-feira, o Itaú Unibanco (ITUB4) também divulgou relatório com atualização de projeção de expansão do PIB. O banco, por sua vez, diminuiu a estimativa de 1,3% para 1% no fim deste ano. Já na terça-feira, foi a vez do ministro da Economia, Paulo Guedes, cortar a previsão de avanço do PIB brasileiro. Contra os 2% previstos durante a gestão do ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), o crescimento foi contraído a 1,5%. Por fim, na quarta-feira (15), a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal diminuiu a estimativa de crescimento da economia brasileira, de 2,3% para 1,8% neste ano.

Além disso, na mesma semana, foi informado que o desemprego no Brasil cresceu em 14 unidades da federação no primeiro trimestre. Os dados foram divulgados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No total, a taxa de desemprego no Brasil no primeiro trimestre de 2019 foi de 12,7%. No quarto trimestre do ano passado, a porcentagem de pessoas que procuravam emprego era de 11,6%.

É importante ressaltar, também, que o dólar encerrou, na sexta-feira (17), em alta de 1,618%, a R$ 4,1019. Contudo, em evento no Rio de Janeiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que: “Se a Bolsa cai ou o dólar sobe um pouco, isso é barulho. Ninguém tem de ficar preocupado […] Tem uma dinâmica mais forte, construtiva e positiva [sendo construída na economia brasileira]”.

Ainda em relação ao ministro, Guedes afirmou, também, que é possível que se aprove a Reforma da Previdência no Congresso em 60 dias. O prazo foi mencionado pelo ministro durante homenagem à Bolsonaro pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (EUA), em Dallas, Texas (EUA). Na viagem, Guedes teria conversado por telefone com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM). Segundo especialistas, a conversa sinaliza o papel de Guedes na articulação da PEC. Os políticos conversaram acerca de um calendário de votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência.

Já no ambiente internacional, é válido mencionar que a China anunciou, na última segunda-feira, que iria aumentar as tarifas sobre US$ 60 bilhões de produtos norte-americanos. A medida ocorreu como retaliação aos Estados Unidos da América (EUA), por elevarem as taxas sobre importações de produtos chineses. O aumento das tarifas alfandegárias da China será aplicado a 5.140 produtos norte-americanos a partir de 1 de junho. Em 10 de maio, o governo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou as tarifas alfandegárias sobre produtos importados chineses. A medida de Trump foi tomada pois a China teria descumprido parte de acordos entre os países. Dessa forma, as taxas sobre importação passaram de 10% a 25% sobre US$ 200 milhões em produtos. A guerra comercial, no início do ano, havia dado indícios de calmaria, com os países participando de rodadas de negociações para chegar a um acordo comercial. Contudo, em maio, a guerra comercial obteve um novo capítulo, e com todos estes fatos ocorrendo em paralelo, o dólar é valorizado no Brasil, e opera acima dos R$ 4,10.

Diante do atual cenário, avaliamos que o momento é de cautela, porém acreditamos que possam vir a surgir boas oportunidades de investimentos no médio prazo e, por conta disso, seguiremos vigilantes aos principais acontecimentos do mercado, de modo que consigamos, assim, proporcionar boas oportunidades de investimentos àqueles que seguem e creditam nossas teses de investimentos.

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