Radar do Mercado: Magazine Luiza (MGLU3) – Companhia comunica necessidade de realização de AGE em relação a aquisição de empresas de tecnologia

O Magazine Luiza comunicou ontem (21) que, conforme comunicado ao mercado feito em 14 de dezembro de 2018, adquiriu as empresas de tecnologia Softbox Sistemas de Informação, Certa Administração e Kelex Tecnologia.

No entanto, após o fechamento da operação, a companhia verificou a incidência de artigo da Lei das S.A. e a necessidade de realização da Assembleia Geral de Extraordinária (AGE) com o propósito de ratificar a operação, dando, inclusive, oportunidade aos acionistas que não aprovarem a operação de retirarem-se, total ou parcialmente, da companhia mediante o reembolso do valor de suas ações.

“A administração da companhia informa que manterá seus acionistas e o mercado em geral informados sobre o assunto”, finalizou o Magazine Luiza em seu comunicado.

 

No que tange o comunicado acima, vale acrescentar que, na oportunidade da referida operação, a companhia informou ao mercado que estava analisando junto com seus assessores se a operação estava enquadrada na hipótese da Lei das S.A.

Neste sentido, a companhia informou aos seus acionistas e ao mercado em geral que do laudo de avaliação de que trata do assunto está em processo de elaboração por avaliador independente e que submeterá a ratificação da operação à deliberação da primeira assembleia geral a ocorrer, isto é, em sede de AGE a ser realizada que deliberará sobre as contas do exercício social de 2018.

Ainda como complemento ao comunicado feito pela varejista, vale mencionar que, fundada há 13 anos em Uberlândia (MG), a Softbox possui 256 colaboradores, sendo 174 desenvolvedores e especialistas em tecnologia, e oferece soluções para empresas de varejo e indústria de bens de consumo que desejam vender digitalmente ao consumidor final.

A grande maioria das empresas brasileiras ainda está excluída do mundo digital, sem acesso a nenhum marketplace.

Com a incorporação da Softbox, o Magalu vai ajudar na transformação de companhias analógicas em empresas digitais.

Ainda, a aquisição permitirá ao Magazine Luiza ser parceiro de varejistas e indústrias em todos os passos para a venda online, desde a chegada ao mundo do varejo digital, passando pela venda em seu marketplace, até a entrega para o cliente final, utilizando o Magalu Entregas.

Esse é ciclo completo, conhecido como Full Commerce.

Além disso, isso marca um novo ciclo de transformação do Magazine Luiza: de varejista multicanal para uma plataforma digital, ou seja, um ecossistema, baseado em tecnologia, dados e processos digitais, como destacou a própria companhia em seu comunicado feito na época da divulgação das referidas aquisições.

A startup de Uberlândia não é a primeira adquirida pelo Magalu para acelerar a criação desse ecossistema.

Foram adquiridas três startups num período de pouco mais de um ano: a Integra, especializada na integração de ecommerces a marketplaces; a Logbee, de tecnologia logística; e agora, a Softbox.

Essas aquisições ajudam, também, o Magalu a acelerar o Marketplace e os projetos que já estão em andamento, como o Magalu Entregas e o Magalu Pagamentos.

“O Magalu está se transformando numa plataforma, um ecossistema digital de empresas, cujo propósito é digitalizar o varejo e a indústria e, assim, contribuir para a digitalização do país”, salientou a companhia.

A Softbox tem, hoje, cerca de 80 clientes, incluindo empresas como Unilever, Coca-Cola, Basf e Red Bull.

Seus desenvolvedores estão baseados em Uberlândia e em São Carlos, importantes centros de formação de profissionais de engenharia e tecnologia.

Essa estrutura será integrada ao Luizalabs, laboratório de inovação do Magalu.

Com isso, o Luizalabs passará a contar com mais de 700 desenvolvedores e especialistas em negócios, distribuídos em quatro pólos: São Paulo, Franca, Uberlândia e São Carlos.

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Em relação ao Magazine Luiza, em si, como a própria companhia se auto intitula, essa é uma empresa de tecnologia e logística voltada para o varejo.

A partir de um varejista tradicional do interior de São Paulo com foco em bens duráveis para a classe média brasileira, a companhia transformou-se em uma empresa de tecnologia, fornecendo uma ampla gama de produtos e serviços para brasileiros de todas as classes.

A companhia possui ainda uma forte presença geográfica, com doze centros de distribuição estrategicamente localizados que atendem uma rede de mais de 950 lojas distribuídas em 16 estados.

No centro do operacional da empresa está uma plataforma de varejo multicanal, capaz de alcançar clientes através de aplicativos, site e lojas físicas.

Uma grande parte da competência da empresa também se deve também à sua equipe interna de desenvolvimento, o Luizalabs, que é composto agora por mais de 700 desenvolvedores e especialistas.

Entre outras coisas, o Luizalabs utiliza tecnologias como big data e machine learning para criar aplicativos para as diversas áreas da companhia, como atendimento, logística, financeiro e gestão de estoque, com o objetivo de eliminar qualquer fricção no processo do varejo, melhorando a rentabilidade, os prazos de entrega e a experiência do cliente.

Vale adicionar, ainda, que a empresa tem estado na vanguarda da adoção do e-commerce na América Latina e a operação online, incluindo o marketplace, representa mais de 36% das vendas totais.

O Magazine Luiza também possui um modelo logístico inovador. As operações logísticas online e offline são 100% integradas, e permitem que a companhia aproveite sua presença física para reduzir radicalmente os custos e os prazos de entrega no Brasil.

Entendemos, contudo, que a conjuntura setorial na qual a companhia desenvolve a sua performance, historicamente apresenta margens bastante reduzidas, o que forçosamente tende a dificultar o operacional da empresa.

Não bastasse, o fato da gigante mundial do varejo, a Amazon, ter no ano passado expandido o seu campo de atuação no Brasil e passado a fornecer a seus clientes – além dos até então apenas livros – produtos do segmento de celulares e telefonia, eletrônicos, TV, áudio, informática, games e acessórios, nos faz enxergar o varejo, como um todo, prestes a atravessar um cenário de bastantes desafios no médio prazo.

Por conta disso, seguimos com nosso posicionamento de evitar nos associar com qualquer linha de negócios que estejam posicionados na rota de colisão da Amazon nesse momento.

Seguimos de fora de Magazine Luiza.

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    Tiago Reis
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