Radar do Mercado: IRB (IRBR3) – Resultado positivo demonstra eficiência operacional da companhia

O IRB Brasil Resseguros divulgou ao mercado ontem (03) os seus resultados do primeiro trimestre do ano de 2018 e, de acordo com a documentação, o período foi positivo para a companhia, apesar dos desafios trazidos por um cenário macroeconômico ainda em processo de expansão e uma taxa de juros média que recuou 47,5% no período.

O trimestre também foi marcado pela continuidade do projeto de expansão internacional do IRB, com foco na América Latina, para balancear a exposição à economia brasileira.

Foi possível perceber, também, que a companhia manteve como foco estratégico a diversificação de seu portfólio de prêmios nos segmentos e geografias em que atua, com aumento de sua participação em segmentos-foco, como property, vida, aviação e rural.

Como resultados dessa performance positiva, a companhia registrou, no primeiro trimestre de 2018, um volume total de prêmios emitidos que avançou 4,1% em relação ao primeiro trimestre de 2017, totalizando R$ 1,4 bilhão. Desse montante, R$ 849 milhões foram prêmios emitidos no Brasil (61%) e R$ 548 milhões no exterior (39%).

Do total de prêmios emitidos no Brasil, o segmento property respondeu por 32,6% de participação, seguido pelo segmento de riscos especiais, com 19,6%, e em terceiro por rural, com 16,7%.

Segundo o informado, tal recuo de 3,1% nos prêmios emitidos no Brasil no primeiro trimestre de 2018, comparativamente ao mesmo período do ano anterior decorre, primordialmente, da dinâmica contábil por meio do qual a companhia faz o accrual dos riscos facultativos; e  da priorização dos segmentos com maior rentabilidade e menor risco, com consequente redução da sua participação em segmentos de sinistralidade mais elevada, a exemplo da garantia financeira e de transporte de valores (cash in transit).

Já os prêmios emitidos no exterior totalizaram R$ 548,0 milhões no primeiro trimestre de 2018, crescimento de 17,5% em relação ao primeiro trimestre de 2017.

Este crescimento faz parte da estratégia da empresa na sua expansão internacional, principalmente com foco na América Latina, em países não sujeitos a catástrofes naturais.

Dos prêmios emitidos no exterior no primeiro trimestre de 2018, a maior participação veio do segmento de vida, com 31,1%, seguido por property, com 30,1%, e pelo rural, com 21,0% de participação nos prêmios emitidos no exterior.

“O crescimento nos prêmios emitidos foi resultado da combinação da nova realidade de preços dos contratos e do aumento da participação em contratos no exterior, mais que compensando a decisão estratégica de redução da participação em alguns segmentos, que por sua vez apresentaram crescimento no trimestre”, ressaltou o IRB.

Ainda no primeiro trimestre de 2018, o índice de sinistralidade foi de 49,6%, contra 53,8% no mesmo trimestre do ano anterior, uma melhora de 4,2 pontos percentuais.

A sinistralidade no primeiro trimestre de 2018, quando comparada com o período anterior, apresentou redução expressiva saindo de 54% para 50%, devido, principalmente, à melhoria das ferramentas de subscrição; à melhoria dos guidelines da companhia; à melhoria das ferramentas de precificação; e à uma maior automatização na troca de informação com os clientes, além de ajustes marginais no preço.

Outro ponto que certamente merece seu destaque nos resultados da companhia foi o resultado de underwriting, que cresceu 14,8% no primeiro trimestre de 2018 quando comparado ao primeiro trimestre de 2017, passando de R$ 223,4 milhões no primeiro trimestre de 2017 para R$ 256,6 milhões no primeiro trimestre de 2018.

Esse avanço decorre da nova realidade de preços, da melhoria dos guidelines de underwriting da companhia, dos constantes treinamentos para as seguradoras que são suas parceiras contribuindo para uma melhor avaliação dos riscos.

Ainda, a combinação do recuo no índice de sinistralidade em 4,2 pontos percentuais com o aumento dos prêmios emitidos no período, viabilizaram o avanço no resultado de underwriting da companhia.

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Adicionalmente, no primeiro trimestre de 2018, o resultado financeiro e patrimonial do IRB totalizou R$ 151,9 milhões e a rentabilidade da carteira de investimento financeiros consolidados em reais foi equivalente a 143% do CDI, uma expansão de 16 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2017 (127% do CDI).

A performance da gestão da carteira de investimentos financeiros deveu-se, especialmente a estratégia de operar títulos públicos com posições táticas em renda variável.

Devido à queda da SELIC média de 47,5% no trimestre, o resultado financeiro e patrimonial recuou 26,0%, ainda assim, inferior à queda da SELIC média no período.

Vale aqui ressaltar que a carteira de investimentos financeiros e imobiliários da companhia totalizava R$ 6,6 bilhões em 31 de março de 2018, comparada a R$ 6,3 bilhões em 31 de dezembro do ano anterior, um incremento de 4,6%. Excluindo a carteira de imóveis, a carteira de investimentos totalizou R$ 6,1 bilhões em 31 de março de 2018, comparada a R$ 5,8 bilhões em 31 de dezembro de 2017, uma expansão de 3,9%.

Outro destaque do período foi a performance do Fundo de investimento renda fixa IRB Brasil RE Absoluto Títulos Públicos, que é de gestão própria do IRB, e atingiu uma rentabilidade nominal de 150% do CDI no primeiro trimestre de 2018.

Já a carteira de ativos imobiliários da companhia produziu um resultado de R$ 36,4 milhões no primeiro trimestre de 2018, que corresponde a uma rentabilidade nominal de 6,7% no trimestre, equivalente a IGP-M + 22% ao ano, uma performance que excede em 127% o custo de capital do IRB para seus ativos imobiliários, que é de IGP-M + 6%.

Também importante no âmbito dos resultados da companhia, a relação entre as despesas administrativas sobre prêmios ganhos recuou 1,8 ponto percentual, passando de 7,1% no primeiro trimestre de 2017 para 5,3% no mesmo período de 2018.

A redução no índice de despesas administrativas ocorreu em virtude de renegociações em contratos relevantes para a companhia, principalmente na área de tecnologia da informação e também de reestruturações na parte de pessoal.

Com isso, o IRB apresentou um lucro líquido que avançou 14,1%, passando de R$ 222,7 milhões no primeiro trimestre de 2017 para R$ 254,0 milhões no mesmo período de 2018, impactando positivamente o Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio (ROAE) em 3 pontos percentuais, que passou de 27% no primeiro trimestre de 2017 para 30% no primeiro trimestre de 2018, como consequência dos fatores combinados mencionados anteriormente:

– Crescimento de 14,8% no resultado de Underwriting;

– Redução de 20,3% nas despesas administrativas; e

– Redução de somente 26,0% no resultado financeiro, inferior à queda da SELIC de 47,5% no mesmo período.

No mais, os números da companhia reforçam nossa opinião de que o business, por atuar num segmento ainda subpenetrado no Brasil, aliado com a capacidade já comprovada de sua gestão de conseguir consistentemente gerar valor a seus acionistas, ainda pode em muito ampliar os seus resultados no médio/longo prazo.

Além de seu resultado operacional bastante satisfatório, o IRB divulgou, também no primeiro trimestre do ano, as suas projeções (guidance) para o exercício de 2018, conforme abaixo destacado:

Apesar de seguirem em linha com as projeções feitas em relação ao ano que se passou, a companhia destacou que os números são baseados em premissas razoáveis e refletem somente a percepção da administração sobre o futuro de seus negócios e sobre a realidade atual e conhecida de suas operações, estando sujeitas a riscos e incertezas.

Salientou, ainda, que tais projeções dependem das condições gerais da economia, das condições do mercado de atuação, bem como das condições regulatórias, ficando sujeitas a mudanças, e que a empresa não tem controle sobre parte significativa das premissas que nortearam a definição das projeções apresentadas e, portanto, qualquer alteração em tais premissas pode fazer com que os resultados sejam diferentes das projeções apresentadas.

Obviamente que diversos fatores podem influenciar de maneira direta tais projeções, mas ao se observar o passado da companhia, é possível perceber que o IRB apresenta a satisfatória característica de apresentar resultados bastante coerentes com seus planejamentos.

Ademais, gostamos do resultado da companhia, de suas projeções e de seu modelo de gestão, muito por conta do business apresentar uma conjuntura interessante de pagamento de proventos a seus acionistas.

Neste sentido, é interesse lembrar que, em Assembleia Geral Ordinária realizada em 14 de março, foi ratificado o pagamento de proventos, pela empresa, relativos ao exercício de 2017, no montante de R$ 683,1 milhões, dos quais R$ 241,8 milhões a título de JCP; e R$ 441,3 milhões a título de Dividendos.

Tal pagamento foi efetuado em 3 de abril e, conforme informado ao mercado, os valores dos proventos foram atualizados de acordo com a variação da SELIC, totalizando R$ 691,2 milhões na data do pagamento.

Há de se destacar, também, que a companhia relatou que irá realizar a sua teleconferência hoje às 10:00 (horário de Brasília).

Sugerimos a participação daqueles que tiverem disponibilidade para compreender melhor os resultados dessa empresa que acreditamos que ainda apresenta um belo horizonte de valorização em seu caminho.

Para acompanhar o evento, basta acessar o canal de Relacionamento com Investidores da companhia, em seu WebSite.

Ademais, recomendamos também a leitura de nosso relatório gratuito da companhia o qual expõe a nossa visão sobre o caso de investimento, escrito pouco antes do IPO da companhia, realizado no final de julho último.

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    Tiago Reis
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