Radar do Mercado: Azul (AZUL4) assina acordo para adquirir nova empresa com ativos da Avianca Brasil

Azul S.A., a maior companhia aérea do Brasil em número de decolagens e cidades atendidas, informou nesta segunda feira (11) que assinou uma proposta não-vinculante no valor de US$ 105 milhões para a aquisição de certos ativos da Avianca Brasil através de uma Unidade Produtiva Isolada (UPI) de acordo com a Lei de Falências e Recuperação Judicial. A UPI incluirá ativos selecionados pela Azul como o certificado de operador aéreo da Avianca Brasil, 70 pares de slots e aproximadamente 30 aeronaves Airbus A320.

A empresa destaca que o processo de aquisição está sujeito a uma série de condições, como a conclusão do processo de Recuperação Judicial. A expectativa é que esse processo dure até três meses.

 

 

A Azul ganhou muito espaço recentemente no cenário nacional, ampliando sua participação para 20% do mercado. Em contrapartida, a Avianca enfrenta recuperação judicial desde dezembro do ano passado.

Em janeiro, credores entraram com pedido de devolução imediata das aeronaves, porém o pedido foi negado pela justiça. Em resposta, foi enviado um recurso contra a decisão.

O desembargador, Ricardo Negrão, explica que existe um tratado internacional que prevê, em caso inadimplente, a ágil retirada das aeronaves.

O cenário de negociações com a Azul permitiu à Avianca um prazo maior para lidar com as dívidas com seus credores, porém a situação não parece melhorar.

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Na sexta feira passada (8), o jornal Valor publicou uma notícia informando sobre os atrasos de salários de pilotos e comissários por parte da empresa. O sindicato, após assembleia realizada na quinta feira (7), determinou que a empresa deve se manifestar sobre os atrasos até o dia 13.

Em situação bastante distinta temos a Azul, companhia aérea com mais de 100 destinos e 821 voos diários. A aquisição ampliará significativamente a frota que atualmente possui 123 aeronaves.

A estrutura organizacional da companhia contava, em 31 de dezembro de 2018, com mais de 11.000 funcionários para operar 220 rotas.

Sua estrutura de dívida parece saudável e a empresa mantém volumes de capital significativos em caixa, o que garante liquidez e evita situações desconfortáveis perante os compromissos onerosos.

Apesar de ser uma empresa aparentemente sólida, a valorização da ação na ordem de 80% nos últimos seis meses e o cenário de incertezas no setor de aviação torna o valuation da empresa, por hora, pouco atrativo.

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    Tiago Reis
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