Para muitas empresas e investidores, a realização de um hedge cambial é a principal alternativa para garantir uma margem de segurança financeira.
Principalmente quando se tratam de exportadores, importadores e investidores com ativos no exterior, fazer o hedge cambial acaba sendo fundamental para proteger suas atividades. Porém, existem diversas formas de obter essa proteção contra as variações do câmbio.
O que é o hedge cambial?
O hegde cambial é um conjunto de instrumentos financeiros, denominados contratos derivativos, dos quais são usados para mitigar o risco financeiro de operações com duas ou mais moedas diferentes.
Esse risco, chamado de risco cambial, acontece devido a possíveis mudanças bruscas e inesperadas na taxa de câmbio de uma moeda em relação à outra.
Desse modo, é relativamente comum observarmos a volatilidade de uma moeda esmagarem todos os retornos de um empreendimento lucrativo.
Por que fazer um hedge cambial pode ser importante?
Portanto, as empresas que mais estão expostas a esses movimentos são aquelas que lidam com o mercado internacional. Para isso, elas lançam mão de muitos instrumentos derivativos para fazer o hedge cambial e mitigar esses riscos.
O próprio nome da operação já sugere do que ele se trata — já que a tradução de hedge significa proteção. Em um hedge de câmbio bem feito, alterações nos fluxos de caixa oriundos dos derivativos compensarão, total ou parcialmente, a mudança no valor justo na relação entre duas moedas.
Exemplo prático de um hegde cambial
Para saber melhor o funcionamento dessa ferramenta e entender como fazer um hedge cambial, suponha a seguinte situação:
Digamos que uma empresa que obtém suas receitas por meio de exportação de café receba um pedido para entregar US$ 5 milhões em sacas desse produto.
No entanto, o pagamento somente se dará em três meses. Para saber qual será a receita líquida dessa venda, é preciso levar em consideração a variação cambial no período.
Se o dólar estiver custando R$ 3,50, a empresa poderá embolsar uma receita de R$ 17,5 milhões. Porém, se o dólar, no dia do pagamento estiver cotado a R$ 3,00, o produtor de café passará a receber R$ 15 milhões. Ou seja, R$ 2,5 milhões a menos do que no primeiro exemplo.
Desse modo, para evitar esse relevante risco, a empresa deverá realizar um hedge cambial. Para isso, precisará acessar o mercado financeiro e buscar interessados em pagar até R$ 3,40 na moeda nos próximos três meses.
Desse modo, a empresa garante a quase totalidade do faturamento esperado pela venda de suas sacas de café, evitando assim, uma inesperada perda, ou prejuízo em seu negócio.
Ferramentas de hedge cambial
Na prática, podemos citar algumas ferramentas de hedge que podem ajudar as empresas nessa estratégia de proteção:
- Contrato a termo de moeda: esse contrato fixa um preço de cotação para na ocasião que um exportador/importador quiser vender/comprar seu produto no futuro.
- Fundo cambial: garante que a empresa ou investidor possa colocar de seus recursos em um fundo. Dessa forma, ele pode acompanhar em tempo real a cotação do mercado de forma segura.
- Mercado futuro: pode ser acessado por meio da bolsa de valores. Nele, o investidor poderá acompanhar as variações de preços em tempo real.
- Compra e venda: nesse contrato, ele te dará o direito de compra alguma coisa no futuro, a preço de hoje. Funciona como se a cotação da moeda fosse congelada num patamar favorável ao seu negociador.
Portanto, se o investidor tem uma carteira fortemente concentrada em ativos internacionais, ele então estará exposto ao risco cambial. Desse modo, em determinadas ocasiões, ele necessitará realizar um hedge cambial para se proteger de uma eventual volatilidade.