Drawback: entenda como funciona esse regime especial aduaneiro

Ao importar ou exportar mercadorias, não se pode deixar de conferir sempre as leis envolvidas. Uma das normas brasileiras, e que oferece certos benefícios, é o drawback.

Criado no ano de 1966, o drawback funciona como um tipo de incentivo para aumentar a competitividade das empresas no comércio internacional, oferecendo condições melhores para as empresas exportadoras.

O que é drawback?

Drawback é um regime aduaneiro especial pelo qual se pode suspender ou eliminar tributos incidentes sobre certos produtos, como o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). Ele é oferecido especialmente para materiais que vão ser usados para fabricar artigos destinados à exportação.

Dessa forma, assim que incluído no regime especial, o produto recebe vantagens em termos de impostos e tributos. Com isso, no final das contas, o drawback baratearia os custos envolvidos na produção e na comercialização de mercadorias.

TRILHA DOS INICIANTES

Quais produtos se enquadram no drawback?

Para que um produto, matéria-prima ou insumo possa ser incluído no regime de drawback, ele precisa passar por um processo de industrialização. Quer dizer, terá que ser:

  • Transformado;
  • Recondicionado;
  • Montado;
  • Renovado.

No entanto, é imprescindível que seja comprovado o fato de que os produtos industrializados foram, de fato, exportados.

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Por que o drawback foi criado?

A meta do regime de drawback, quando de sua criação, era incentivar as atividades de exportação através de incentivos fiscais e subsídios. Logo, o objetivo do drawback seria de:

  • Diminuir os gastos na fabricação de produtos a serem vendidos no exterior;
  • Permitir que os artigos brasileiros sejam mais competitivos no cenário do comércio internacional.

Logo, este regime aduaneiro especial traria vários benefícios em termos de competitividade para a economia brasileira. Com ele, a mercadoria chegaria ao Brasil com um valor modesto, seria produzida, ganharia valor, e seria exportado com preço competitivo no comércio internacional.

Dessa forma, exportar produtos nacionais favoreceria a balança comercial do país, ao passo que adquirir matérias-primas no mercado interno também fomentaria a economia nacional.

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Modalidades de drawback

drawback

Para entender como funciona o drawback, é necessário saber quais são as 3 as modalidades desse regime:

  1. Suspensão: permite suspender o pagamento de tributos no ato da importação, no caso de insumos para industrialização de artigos. Aqui, a organização em questão ainda não exportou nenhum artigo, por isso precisa dar garantias de que o produto vai ser exportado. Sem isso, podem ocorrer perda de benefícios e aplicação de sanções;
  2. Isenção: nesse caso, a organização já realizou importações, usando os insumos para fabricação de seus artigos, posteriormente exportando-os. Insumos, em quantidade e qualidade parecidas, que já tiverem sido obtidos com o objetivo de repor estoques, podem ser isentos de impostos;
  3. Restituição: a empresa realizou a importação de matéria-prima para industrialização e quitou os impostos cabíveis, porém não pretende fazer reposição em seu estoque. Então, pode pedir aos órgãos competentes a restituição dos tributo pagos quando importou insumos.

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Outras operações de drawback

Além desses três regimes, as modalidades de isenção e suspensão têm subtipos como:

  • Regime aduaneiro especial para repor matéria-prima, envolvendo isenção;
  • Drawback para embarcação, envolvendo suspensão e isenção;
  • Drawback intermediário, também incluindo suspensão e isenção.

No caso do drawback intermediário, ele seria aplicado para empresas intermediárias que importam artigos para industrialização de mercadorias secundárias. Essas mercadorias são enviadas a exportadoras para que o produto final seja industrializado e, finalmente, exportado.

Em 2010, o governo criou o drawback integrado. Por meio dele, não só artigos importados podem ser isentos de impostos, mas também os que vieram do mercado brasileiro.

Neste caso, existem o drawback integrado suspensão e o drawback integrado isenção. Portanto, de onde provém a matéria-prima não é um fator determinante para obter as vantagens fiscais, no caso de produzir mercadorias para exportação.

Considerações e críticas sobre o regime de drawback

Para muitos economistas, o regime de drawback se coloca como um estímulo importante para a economia nacional. Entretanto, essa premissa é alvo de muitas críticas. Elas partem principalmente de entusiastas do liberalismo, defensores da não-intervenção do governo nas atividades econômicas.

Para eles, o drawback seria uma forma de protecionismo que estimularia a ineficiência dos setores produtivos, já que a medida beneficiaria um conjunto de empresas, apenas por elas serem exportadoras.

 

 

ACESSO RÁPIDO
Tiago Reis
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3 comentários

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  • ricardo 24 de setembro de 2019
    tem prazo para utilizar?Responder
  • Gladis Dadi 2 de dezembro de 2019
    Boa Tarde Tiago, Tenho uma duvida, sou importadora de matéria prima e forneço a uma empresa , a qual utiliza meus produtos nos motores a serem exportados por ela. Nesse caso minha empresa pode se beneficiar do sistema de Drawback e o que eu preciso fazer pra conseguir essa isenção ? O que esse meu cliente tem que me fornecer para que eu possa me beneficiar e utilizar a isenção de impostos nessas materiais primas e essas exportações abrangem a todos os países ??Responder
    • Suno Research 3 de dezembro de 2019
      Acredito que o melhor no seu caso seria procurar um contador. Forte abraço.Responder