A Via (VVAR3) vai oferecer serviços de logística para outras empresas varejistas, inclusive concorrentes.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (28) pelo diretor executivo de logística da Via, Fernando Gasparini, ao jornal Valor Econômico.
A varejista, criada a partir das operações da Casas Bahia e Ponto, vai lançar no último trimestre de 2021 um pacote de serviços logístico para seu marketplace.
Os serviços de coleta, armazenagem e entrega dessa plataforma aberta serão oferecidos para outras empresas, seja lojistas que vendem no marketplace que concorrentes.
Esse seria o primeiro caso em que uma varejista fornece esse tipo de serviço para concorrentes. Por isso, a empresa vai explorar essa atividade como um negócio autônomo.
O modelo de negócios prevê que o vendedor poderá deixar seus produtos já estocados nos centros de distribuição, pagando para a Via um percentual variável de 13,5% a 16% como comissionamento do marketplace.
Em outubro surgirá um novo centro de distribuição em Extrema (MG), que vai atender os vendedores no modelo “built to suit”, ou seja, construído e locado exclusivamente para as atividades da Via, que vai armazenar produtos pesados como fogões e refrigeradores.
Já existe um centro de distribuição logística que também opera o marketplace em Jundiaí (SP).
Entre o final de 2021 e o começo de 2022 a Via está estudando a possibilidade de lançar uma plataforma de logística de consumidores para consumidores, para vender produtos entre pessoas físicas.
Além disso, está avaliando a possibilidade de vender nas lojas físicas da Casas Bahia e do Ponto os produtos de lojistas do marketplace.
Essas informações tinham sido antecipadas há dois meses pelo próprio diretor-presidente (CEO) da Via, Roberto Fulcherberguer, em um evento da varejista com analistas e investidores.
Via (VVAR3) lucra R$ 180 mi no 1T21, alta de 1.285% com aumento de market share on-line
Graças ao resultado dos canais de venda on line, a Via registrou um lucro líquido de R$ 180 milhões no primeiro trimestre deste ano, avanço de 1.284,6% sobre os R$ 13 milhões registrados no mesmo período do ano passado.
Os ganhos da empresa foram impulsionados pelo aumento do market share na internet.
A participação de mercado da antiga Via Varejo no mercado digital cresceu 2,5 pontos percentuais em um ano, chegando a 16,7%, segundo o site Compre & Confie. Em comparação ao quarto trimestre de 2019, o avanço foi de 8,9 pontos percentuais.
O volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) no primeiro trimestre foi de R$ 10,33 bilhões, alta de 27% na comparação ano a ano, sendo que as vendas digitais contribuíram com mais da metade desse valor. O GMV de lojas físicas, por sua vez, caiu 9,6%, de R$ 5,89 bilhões para R$ 5,32 bilhões.
O volume bruto de mercadorias do marketplace (3P) subiu 123,5%, saindo de R$ 465 milhões para R$ 1,03 bilhão. O marketplace da Via agora corresponde a 10,1% do GMV total, crescimento de 4,3 pontos percentuais em comparação ao primeiro trimestre de 2020.