Balanços da semana

Com variante ômicron, petróleo despenca 13% causando quedas de Petrobras (PETR4) e Petrorio (PRIO3)

O temor em torno da nova variante da Covid-19 derrubou os preços do petróleo nesta sexta-feira (26). A commodity teve queda de mais de 13% nas bolsas estrangeiras, atingindo mínima de dois meses. Com isso, as ações da Petrobras (PETR4) acompanharam o ritmo e estão em derrocada hoje.

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O petróleo WTI para janeiro fechou em queda de 13,06% (US$ 10,24), a US$ 68,15 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para fevereiro caiu 11,5% (US$ 9,33), a US$ 71,59 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na comparação semanal, o recuo foi de 10,25% e 9,25%, respectivamente.

No início da tarde, às 13h55, as ações da Petrobras apresentavam baixa de 4,63%, valendo R$ 28,25.

Mas a Petrobras não é a petroleira mais afetada pela notícia: a Petrorio (PRIO3) figura entre as maiores quedas do Ibovespa, com tombo de mais de 10% durante a tarde. O Ibovespa hoje caminha em ritmo de queda livre, voltando ao patamar de 102 mil pontos e atingindo a mínima do ano, com forte baixa de 3,46% às 17h17. Ontem, o índice voltou brevemente ao patamar dos 106 mil pontos, mas fechou aos 105.

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O alarde em torno da nova variante do coronavírus (B.1.1.529, chamada omicron) acontece pois, segundo a avaliação de especialistas, a cepa possui uma série de mutações que a torna mais transmissível, em período de recorde de casos diários na Europa. A preocupação dos cientistas é se as atuais vacinas serão suficientes para combater a variante.

A África do Sul identificou, até então, cerca de 100 casos da variante, principalmente em sua província mais populosa, Gauteng.

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Mesmo com o tombo de hoje, ainda é cedo para dizer que a variante afetará drasticamente os preços do petróleo, disse o Goldman Sachs (GSGI34).

“Aguardamos mais notícias sobre o desenvolvimento da variante e restrições adicionais impostas antes de atualizar nossos balanços de oferta e demanda e previsões do preço do petróleo. Deve-se notar que variantes preocupantes já surgiram antes, sem impactos significativos, e o surto até agora ocorreu em países com baixas taxas de vacinação. Como tal, não está claro se o mercado de petróleo está enfrentando uma variação revolucionária da Covid, que atrasaria a reprecificação estrutural ainda mais devido à mudança dramática na função de reação do suprimento de petróleo.”

O Goldman Sachs lembrou também que o Brent registrou, em termos de variação, o maior declínio desde abril, quando os preços colapsaram. Além disso, a queda foi exacerbada pela baixa atividade na Black Friday – com níveis semelhantes a 2014, 2016 e 2018 – e a mudança nos seus principais pontos de apoio, afirma o banco.

“Esses acontecimentos farão a reunião da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) ainda mais intrigante na semana que vem”, diz a Capital Economics.

Com as preocupações sobre a demanda e a recente liberação de estoques de petróleo por EUA e outros países, a Capital avalia que agora há um risco muito maior de que a Opep+ decida desacelerar ou interromper seu gradual aumento de oferta. Em relatório anterior, a casa já havia pontuado que a liberação de reservas pelos países de fora do grupo deve ocorrer em um momento que o mercado estará lidando com superávit de petróleo.

Além do petróleo, setor de viagens lidera queda do Ibovespa

Um dos setores que mais sofreram na pandemia e ainda não se recuperaram completamente, o do turismo, é o que mais derrete no Ibovespa nesta sexta.

Papéis da Gol (GOLL4), Azul (AZUL4) e CVC (CVCB3) estão entre as maiores quedas do Ibovespa, com a perspectiva de piora do cenário internacional em meio à nova variante identificada no início do período de final do ano – época que tradicionalmente ferve com as viagens de férias.

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Às 12h, o cenário na bolsa de valores para as empresas de turismo era o seguinte:

  • Gol (GOLL4): -13,22, cotada a R$ 14,82
  • Azul (AZUL4): -11,60%, valendo R$ 23,96
  • Embraer (EMBR3): -9,46%, aos R$ 19,00
  • CVC (CVCB3): -9,38%, cotada a R$ 15,18

(Com informações da Agência Estado)

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Bruno Galvão

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