Corte da Selic virá em agosto após ‘surpresas positivas’, diz Guide
Especialistas da Guide, em novo relatório sobre renda fixa, destacaram expectativas de que a Selic sofra um corte na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
Segundo a casa, está “cada vez mais claro que o cenário para a queda dos juros está bem encaminhado” – aumentando expectativas de que a Taxa Selic enfim, deixe o patamar atual de 13,75%.
“Levando em conta as surpresas positivas verificadas nos dados correntes de inflação, o principal “entrave” para o Banco Central seria o fato de as expectativas do Focus de 2024 e de mais longo prazo seguirem desacordadas da meta. No entanto, como explicitado acima, a partir de junho já passamos a verificar algum ajuste em direção à convergência nas expectativas para estes períodos”, diz a Guide.
“O Copom tem dado grande peso a esse fator (queda das expectativas) como condicional para iniciar o ciclo de cortes da Selic e, portanto, entendemos que a decisão da meta de inflação foi um divisor de águas nesse sentido, impulsionando o movimento de ajuste das expectativas ao confirmar uma meta de 3,0% no longo prazo”, acrescenta.
Com isso, a projeção dos analistas é de que o corte de setembro seja de 0,25 ponto percentual (p.p.), ante uma projeção anterior de 0,5 p.p.
“Tendo em vista que o reajuste é marginal, nossa projeção de Selic terminal no ano também é residual: de 12,25% para 12,00%”, conclui a Guide.
Selic menor, recomendações diferentes
Segundo a Guide, levando o cenário projetado, a melhor opção do momento é de alongar a carteira de renda fixa com operações pré-fixadas.
“O mercado já começou a antecipar a expectativa de queda de juros, e os papeis pré-fixados e os “híbridos” (IPCA) são os que mais estão se beneficiando desse cenário, especialmente os de duration mais longo. Dessa forma, reiteramos nossa recomendação dessa classe. Nos últimos meses essa alocação tem mostrado resultado e com a queda da Selic ficando cada vez mais evidente, ela tende a continuar gerando ganhos”, diz a casa.
“Contudo, com o mercado mais claramente precificando esse cenário exposto, as taxas ficam menos atrativas. Por isso, temos reiterado que a janela está se fechando para a classe”, conclui.
Os especialistas destacam que o retorno em 24 meses é bem menor quando se olha para o desempenho médio das classes em momentos posteriores à primeira queda da Selic. “Enquanto o retorno desde a última alta ia de 40% a 60% dependendo do período, os 2 anos posteriores à primeira queda tem retornos bem menores, de 20% a 24% na média para os papéis do IRF-M 1+ e IMA-B 5+ respectivamente”, observam.