Suno Painel: especialistas apontam gargalos e desafios para o crescimento econômico no Brasil em 2022

A primeira edição do Suno Painel, realizado em parceria com o Ibmec, aconteceu na noite da segunda-feira (14). Reginaldo Pinto Nogueira Júnior, diretor geral do Ibmec-SP, Gustavo Sung, economista-chefe da Suno, e Gustavo Ribeiro, economista-chefe da ASA Investments, e discutiram os desafios para o crescimento econômico do Brasil e as perspectivas para 2022. O debate, com uma análise abrangente que indicou os principais gargalos da economia, foi mediado por Gregory Prudenciano, editor multimídia na Suno Notícias.

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A conversa começou com os profissionais apontando as maiores dificuldades para acelerar crescimento econômico no país, citando os principais gargalos do cenário macroeconômico.

Desafio da questão fiscal

Os convidados mencionaram os seguintes tópicos:

  • Crise fiscal, já discutida há anos e sem ser resolvida;
  • Má gestão da arrecadação feita pelo Estado;
  • Efetivar reformas não é o suficiente: é preciso priorizar e entender quais mudanças têm de ser feitas e priorizar metas;
  • Entender que há uma herança histórica de 50 anos de gargalos até hoje e trabalhar em cima disso.

Nessa discussão, a questão fiscal foi predominante. “Avançamos de algumas maneiras, mas aí paramos de crescer”, diz Nogueira Júnior. Na visão dele, a melhor maneira de alcançar o crescimento econômico é com melhorias de produtividade.

Sung especificou: “Um dos grandes problemas do Estado brasileiro é que não conseguimos gerir essa dinâmica entre mercado e o tamanho do Estado”.

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O economista da Suno apontou: “Um dos grandes problemas nos últimos anos foi a política de intervenção do Estado, e o tamanho do próprio Estado, que acabou distorcendo a dinâmica do crescimento.” Sung lembra que isso impacta diretamente o desenvolvimento de indústrias e tecnologias: os subsídios para determinadas indústrias estabelecidos há 20, 30 anos não impulsiona as empresas, nem dão base sólida o suficiente para que, no momento em que acabam, tenham “pernas para andar sozinhas” e consigam competir no mercado.

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Carga tributária, pandemia e reformas

Gustavo Ribeiro complementou dizendo que a pandemia elevou a carga tributária e a arrecadação. “Mesmo assim, a gente passou o ano inteiro no déficit. O Estado brasileiro é muito grande e a gente precisa discutir com eficiência esses gastos”, ressaltou. Ribeiro mencionou ainda o propósito inicial do teto de gastos, feito para reconhecer que recursos são limitados e equilibrar as questões econômicas e sociais.

Os convidados concordam que a pandemia trouxe diversas dificuldades que já existiam e foram escancaradas. A estrutura atual, combinada com a desigualdade social do país, se tornaram mais evidentes, sem conseguir criar soluções. Um exemplo levantado por Ribeiro: uma parcela muito grande de crianças não tinha internet em casa para assistir aulas online. Como a evasão educacional durante nos últimos dois anos foi intensa, vai levar a sérias consequências para a economia. Com a escolaridade média em nível baixo, haverá menos mão de obra qualificada para futuros investimentos.

A previsão de Reginaldo é um crescimento de 2% ao ano da economia, num nível de inflação mais baixo. Gustavo Ribeiro acha essa uma posição otimista, e prevê avanço de 1,5%.

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Em relação ao período eleitoral e às políticas para os próximos anos, os convidados do Suno Painel concordam que, independente de qual governo vier daqui para frente, as reformas serão uma prioridade. A reforma tributária será provavelmente a próxima a ser aprovada, apesar de entraves e complexidade na tramitação entre o Executivo e o Legislativo.

Conheça os convidados do Suno Painel deste mês

Reginaldo Pinto Nogueira Júnior possui graduação em Administração pela PUC-MG, especialização em finanças pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestrado em Administração Pública pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro, e doutorado (Ph.D.) em Economia pela University of Kent at Canterbury, Reino Unido.

Ele foi Coordenador-Geral de Graduação do Ibmec-MG, Reitor do Centro Universitário Unifanor Wyden, e atualmente é Diretor Geral do Ibmec SP.

Gustavo Sung é economista graduado pela Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis da USP (FEA/USP). Mestre em economia pelo Programa de Pós-Graduação em Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP). Hoje, economista-chefe da Suno, iniciou sua carreira na Tendências Consultoria Integrada, acompanhando os setores de petróleo, gás e energia elétrica.

Gustavo Ribeiro é economista-chefe da ASA Investments, doutorando em Economia pela EESP-FGV e mestre em economia pelo Insper. O executivo teve passagens pela Kinea Investimentos, como economista, e pelo Banco Safra, como economista sênior.

Confira o vídeo completo com o primeiro debate do Suno Painel:

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Victória Anhesini

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