Sócio de Buffett, Charlie Munger diz que inflação é ‘perigo enorme’ e razão para a queda de democracias

Charlie Munger, investidor sócio de Warren Buffett e vice-diretor da Berkshire Hathaway, avalia que o aumento dos preços é um “perigo enorme” para as democracias desenvolvidas, em especial quando a “população aprende que consegue votar para dar dinheiro a si própria”.

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Em entrevista ao americano Yahoo! Finance, Munger disse que a inflação é um dos caminhos pelos quais as democracias morrem, citando como exemplos desde países latino-americanos até a Alemanha na década de 20 do século passado.

“É provavelmente o maior perigo de longo prazo que nós temos – com exceção de uma guerra nuclear”, afirmou o investidor.

Sobre a atuação do banco central americano, o Federal Reserve (Fed), no combate ao aumento de preços nos Estados Unidos – que em janeiro atingiu o ganho anual de 7,5% -, Munger avalia que a resposta dos governos nas democracias modernas é sempre descomunal.

“Mas dessa vez a resposta foi maior do que jamais foi na história dos Estados Unidos. Simplesmente jogaram dinheiro no problema e eles, provavelmente, estavam certos em temer o que iria acontecer. Francamente, acho que eles ‘sobrefizeram’ o conserto”, afirmou o sócio de Buffett.

“Eles jogaram tanto dinheiro e tão rápido que está difícil para restaurantes encontrarem pessoas para trabalhar. Mas eu não critico, é difícil tomar estas decisões sob pressão”, ressalvou.

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O investidor lendário e sócio de Buffett, que se aproxima dos 99 anos, também se manifestou favorável às alternativas energéticas renováveis, em detrimento da exploração da indústria de hidrocarbonetos.

“Sou a favor de conservar os hidrocarbonetos em vez de usá-los o mais rápido possível. E sou a favor de toda essa nova capacidade de produção de energia solar e eólica, agora que ela ficou tão eficiente”, disse.

Segundo Munger, mesmo se não houvesse problemas de aquecimento global, ele ainda teria a mesma posição que vê no governo americano, o incentivo massivo pelo uso de fontes renováveis de energia. “Acho que isso seria inteligente, simplesmente pelo fato de economizar petróleo”, disse.

“Petróleo tem diversos usos químicos, para fertilizantes e química em geral. É coisa preciosa. Eu não me importo que parte grande disso fique debaixo do chão – é um bom lugar para guardar”, afirmou. Para o investidor, explorar o petróleo o mais rápido possível é como se livrar de riquezas naturais, como o solo fértil de Iowa (norte dos EUA).

“Amo a ideia de conservar os recursos naturais. Todos serão utilizados eventualmente e não estou com pressa”, disse o braço-direito de Buffett.

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Pedro Caramuru

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