Scania planeja produzir veículo elétrico no Brasil; empresa prevê investimentos de R$ 1,4 bilhão no país

O presidente da Scania na América Latina, Christopher Podgorski, disse nesta quinta-feira (19) que a montadora de caminhões de origem sueca tem planos de produzir veículos elétricos no Brasil, mas o passo só será dado quando a tecnologia tiver viabilidade econômica e financeira, algo que ainda levará algum tempo.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/1420x240-2.png

Como países emergentes não têm a mesma capacidade de subsídios dos mercados que lideram a transição tecnológica — Europa e Estados Unidos —, a Scania prevê um futuro que chama de “eclético”.

Nele, motores alimentados por combustíveis de menor emissão — como a propulsão a gás desenvolvida pela fabricante — ou mesmo a diesel vão coexistir com os elétricos.

A expectativa é que em países sem subsídios, e onde o preço dos combustíveis é mais controlado pelo governo, o investimento na aquisição de veículos elétricos leve mais tempo para “se pagar”.

Em outras palavras, demora mais para que a economia de combustível compense o preço alto pago pela tecnologia elétrica. Por isso, a mudança de tecnologia vai acontecer primeiro na Europa e nos Estados Unidos, além da China, que também tem política de eletrificação.

Scania prevê investimentos de R$ 1,4 bilhão no Brasil até 2024

Ao participar nesta quinta-feira de congresso virtual da Autodata, Podgorski disse que a introdução, bem como a adaptação industrial, de novas tecnologias, faz parte dos investimentos da ordem de R$ 1,4 bilhão previstos para o Brasil até 2024. No momento, contudo, a montadora tem feito apenas testes com veículos elétricos.

“Vamos trazer veículos elétricos no momento certo, e industrializar localmente a tecnologia quando fizer sentido do ponto de vista econômico e financeiro”, comentou o presidente da montadora de caminhões pesados.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Segundo Podgorski, a eletrificação só será viável na região em que comanda a Scania quando houver diminuição de custo e melhora de desempenho das baterias, permitindo que os veículos rodem mais quilômetros sem a necessidade de recarga. Caso contrário, é difícil imaginar a introdução da tecnologia em caminhões que percorrem longas distâncias, como os produzidos pela Scania em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

“Isso ainda ninguém tem. A virada de uma nova fase de eletrificação mais eficaz vem no próximo um ano e meio. Vamos participar, mas várias tecnologias vão coexistir”, comentou o executivo, acrescentando que a defasagem tecnológica pode chegar a cinco anos, a depender do tipo de veículo, em mercados emergentes como os da América Latina. “Da linha do Equador para baixo, não há recursos abundantes para incentivos”, acrescentou presidente da Scania na América Latina.

(Com Estadão Conteúdo)

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Arthur Guimarães

Compartilhe sua opinião