EUA aumentam sanções contra Rússia e estabelecem restrições à Belarus

Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (2) uma ampliação das sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia. Desta vez, as medidas devem afetar empresas que atuam no setor de Defesa do país euroasiático. Além disso, serão impostas restrições às importações de bens tecnológicos do principal aliado russo, a Belarus, cujo território tem sido usado pelas Forças Armadas da Rússia em ataques contra alvos ucranianos.

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“Os Estados Unidos tomarão medidas para responsabilizar Belarus por permitir a invasão da Ucrânia por Putin, enfraquecer o setor de defesa russo e seu poder militar nos próximos anos, atacar as fontes mais importantes de riqueza da Rússia e banir as companhias aéreas russas do espaço aéreo dos EUA”, informou a Casa Branca, em comunicado oficial.

O fechamento do espaço aéreo do EUA para aeronaves russas já havia sido anunciado na noite de terça-feira (1º) pelo presidente Joe Biden, durante discurso no Capitólio (sede do Congresso americano). Com isso, os EUA se somam a mais de 30 países, incluindo a União Europeia, que já fecharam o espaço aéreo para os russos.

As novas sanções anunciadas incluem o bloqueio de 22 empresas e entidades russas do setor de Defesa, incluindo fabricantes de aeronaves de combate, veículos de combate de infantaria, sistemas de guerra eletrônica, mísseis e veículos aéreos não tripulados.

Por meio de controles de exportação de equipamentos de extração de petróleo e gás, o Departamento de Comércio dos EUA vai impor restrições às exportações de tecnologia que apoiariam a capacidade de refino da Rússia a longo prazo.

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“Os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros não têm interesse estratégico em reduzir o fornecimento global de energia – e é por isso que reduzimos os pagamentos de energia de nossas sanções financeiras. Mas nós e nossos aliados e parceiros compartilhamos um forte interesse em degradar o status da Rússia como principal fornecedor de energia ao longo do tempo”, informou o governo norte-americano.

Em relação à Belarus, as restrições anunciadas prometem “sufocar” a importação de bens tecnológicos. Na prática, o Departamento de Comércio dos EUA estenderá as rigorosas políticas de controle de exportação implementadas para a Rússia para Belarus.

“Essa ação ajudará a evitar o desvio de itens, tecnologias e software da Bielorrússia para a Rússia e degradará significativamente a capacidade de ambos os países de sustentar sua agressão militar e projeto de poder”, destacou a Casa Branca.

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Isolamento político e financeiro contra a Rússia

Mais cedo, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução que condena a invasão russa, durante sessão extraordinária da assembleia-geral, em Nova York. A resolução, que não tem poder legal, pede que a Rússia retire suas tropas. Apesar de não ser uma medida concreta, a decisão tem um poder político muito grande e evidencia o isolamento russo.

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No último sábado (26), países ocidentais já haviam anunciado o congelamento de reservas internacionais da Rússia. Além disso, bancos russos estão sendo desligados da plataforma Swift, um sistema de pagamentos entre instituições financeiras de mais de 200 países, coordenados pelos bancos centrais das dez maiores economias do mundo. Essa medida complica ainda mais o funcionamento do sistema financeiro russo, ao atrasar o pagamento de transações comerciais e financeiras.

Sanções podem elevar custo de energia em até 10%, diz ministro francês

Ministro das Finanças da França e atual chefe do Conselho para Assuntos Econômicos e Financeiros (Ecofin) da União Europeia (UE), Bruno Le Maire alertou que o principal risco das sanções adotadas pelo bloco e seus aliados contra a Rússia à economia europeia está atrelado ao setor energético. Segundo ele, os preços de energia podem aumentar até 10% e, desta forma, adicionar 0,2 ponto porcentual à inflação da zona do euro.

Como medidas para mitigar o impacto, Le Maire afirmou que a UE está preparando apoio aos setores mais expostos aos impactos do conflito na Ucrânia. No longo prazo, a Europa deve reduzir sua dependência do gás natural russo e diversificar seu suprimento e produção, disse.

Vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis também apontou o setor energético como o provável principal afetado.

Segundo ele, o impacto das sanções sobre a oferta energética fará com que os preços no setor não reduzam tão cedo, bem como a inflação europeia em geral, prejudicando ainda o crescimento da economia europeia. O mercado financeiro europeu, no entanto, tem “exposição limitada” aos bancos russos, tranquilizou Dombrovskis.

O vice-presidente, no entanto, ressaltou que as sanções são necessárias e devem ser fortalecidas, dada a situação na Ucrânia. “Ataque russo cada vez mais mira civis ucranianos”, de acordo com ele.

Entre novas medidas que devem ser adotadas, Le Maire citou transações com criptomoedas realizadas por entidades na Rússia. “Há amplo consenso entre líderes da UE de que criptomoedas não podem ser negligenciadas, de forma que não haja brechas” nas sanções, destacou.

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(Com Agência Brasil  e Estadão Conteúdo)

Marco Antônio Lopes

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