Campos Neto, novo presidente do BC, fala em autonomia do órgão

A cerimônia de transmissão de cargo da presidência do Banco Central (BC) ocorreu nesta quarta-feira (13). Apesar de Roberto Campos Neto, o novo presidente, já ter tomado posse do cargo. Durante a cerimônia, Campos Neto defendeu a autonomia da instituição financeira.

Campos Neto declarou que, se a autonomia do BC estiver registrada em lei, será possível reduzir o chamado “risco Brasil” e aumentar o crescimento econômico a longo prazo. A informação é do “G1”.

“Acreditamos que um Banco Central autônomo estaria melhor preparado para consolidar os ganhos“, disse o presidente.

A autonomia do BC está em debate no Congresso Nacional. Caso seja implementada, diminuiria a possibilidade de ingerência política nas decisões de ferramentas de política monetária.

Dentre tais ferramentas, estão a manutenção da taxa básica de juros (taxa Selic) e da taxa de depósito compulsório das instituições financeiras.

Roberto Campos Neto foi sabatinado pelo Senado, e teve a indicação aprovada em 26 de fevereiro. Dois dias depois, o presidente da República, Jair Bolsonaro, deu a posse a ele como novo presidente do BC.

Saiba mais – Conheça Roberto Campos Neto, novo presidente do Banco Central 

Inflação

Campos Neto também salientou que pretende manter a inflação baixa e controlada.

A principal função do Banco Central é ter as rédeas da inflação, com base no sistema de metas.

Para 2019, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu a meta de 4,25%. O intervalo de tolerância é de 1,5%, para baixo ou para cima (2,75% até 5,75%)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o indicador oficial da inflação no Brasil, e é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mensalmente. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.

Confira o IPCA para os meses divulgados até o momento:

  • janeiro: inflação de 0,32%
  • fevereiro: inflação de 0,43%

Desta forma, quando as estimativas para a inflação estão em linhas com as metas do Banco Central, o órgão reduz a taxa básica de juros. Contudo, quando as projeções estão acima do esperado, a taxa Selic é elevada.

Atualmente, a Selic está a 6,5% ao ano, menor percentual da série histórica.

Na próxima semana, entre 19 e 20 de março, Campos Neto estará à frente da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a Selic. A expectativa do mercado é de manutenção dos juros em 6,5%.

Amanda Gushiken

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