Bradesco (BBDC4) tem alta de 34% no lucro e soma R$ 6,8 bi no 3T21, acima do consenso

O Bradesco (BBDC4) encerrou o terceiro trimestre de 2021 com lucro líquido recorrente de R$ 6,767 bilhões, o segundo maior da série histórica. O resultado é 34,5% superior em relação ao mesmo período de 2020. reflexo da recuperação em seguros e do desempenho das receitas, aliados às menores despesas e ao crescimento da carteira de crédito.

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O resultado — de acordo com o Bradesco, o segundo maior de toda a sua história — veio acima das estimativas do mercado:

  • A Refinitiv projetava lucro de R$ 6,469 bilhões;
  • O BTG previa R$ 6,187 bilhões;
  • a XP, R$ 6,252 bilhões;
  • e a Genial, 6,355 bilhões,

O lucro contábil do Bradesco atingiu R$ 6,648 entre julho e setembro, o equivalente a um incremento de 58,5% na comparação anual.

Segundo o Bradesco, a retomada das atividades econômicas no terceiro trimestre, com o avanço da vacinação contra a covid-19 no País, impulsionou seus números. O banco destaca ainda que a gama de produtos oferecidos aos clientes o ajudou a avançar diante da retomada.

Outro fator que impulsionou os resultados do Bradesco foram as operações de seguros, tradicionalmente responsáveis por até 30% dos lucros. No terceiro trimestre, o resultado do segmento foi de R$ 3,213 bilhões, alta de 104,1% em relação ao segundo trimestre deste ano, período em que, com o impacto da pandemia sobre a sinistralidade, o resultado de seguros despencou. Em relação ao mesmo período de 2020, houve alta de 2,6%.

O Retorno Anualizado sobre Patrimônio Líquido Médio (ROAE) teve alta de 3,4 pontos percentuais e alcançou 18,6% no período. O Retorno Anualizado sobre Ativo Médio (ROAA) subiu 0,4 ponto percentual, a 1,6%.

A carteira de crédito expandida apresentou crescimento de 16,4% em 12 meses, chegando a R$ 773,323 bilhões. O banco destacou a aceleração da carteira de pessoas físicas, a qual registrou evolução de 24,7% ante o terceiro trimestre de 2020, impulsionada pelas operações de financiamento imobiliário, cartão de crédito e crédito consignado. Na carteira de pessoas jurídicas, as operações de Pequenas e Médias Empresas (PMEs) expandiram 27,8% no ano.

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As receitas de prestação de serviços tiveram crescimento anual de 7,8% e totalizaram R$ 8,756 bilhões. O resultado do Bradesco no terceiro trimestre de 2021 foi impulsionado pela retomada da atividade econômica e pelo crescimento dos negócios.

Em setembro, a carteira de prorrogações líquida de amortizações somou R$ 36,2 bilhões, uma redução de 35,4% desde junho de 2020. O saldo de operações em carência totalizou R$ 2,3 bilhões.

Em comunicado à imprensa, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., disse que os resultados mostraram que os clientes estão de volta. “Os números demonstram nossa capacidade de reagir rapidamente às mudanças de cenário. A recuperação da economia com o arrefecimento da pandemia trouxe de volta a demanda do cliente para novos negócios, investimentos e serviços”, disse ele.

Segundo o executivo, o balanço foi “mais que satisfatório”, e mostrou resiliência, solidez financeira e capacidade comercial. “São fatores que nos dão condições de superar o cenário desafiador que temos pela frente. Este foi um trimestre de evolução”, acrescentou.

No terceiro trimestre, os ativos totais do Bradesco subiram para R$ 1,716 trilhão, alta de 3,4% em um ano, e de 2,6% em um trimestre. O patrimônio líquido do banco somou R$ 147,606 bilhões, avanço de 7,4% em base anual, e de 0,8% na trimestral.

Despesa com PDD recua 40% no 3º trimestre

A despesa de Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) Expandida anotou baixa de 39,9% no período e atingiu R$ 3,358 bilhões.

Ao fim do terceiro trimestre, o índice de inadimplência total acima de 90 dias aumentou 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, alcançando 2,6 ponto percentuais. Em relação ao terceiro trimestre de 2019, antes da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o índice apresentou melhora de 1,0 ponto percentual.

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A margem financeira atingiu R$ 15,7 bilhões, com a margem com clientes evoluindo mais de 4% no trimestre e atingindo um spread de 9,0%.

O resultado do Bradesco quanto às despesas operacionais teve um aumento de 1,3% em relação ao terceiro trimestre de 2020, para R$ 11,882 bilhões.

Bradesco revisa guidance para 2021

Após os divulgar os números trimestrais, a instituição financeira revisou o guidance para 2021. A projeção para a carteira de crédito expandida subiu para o intervalo de 14,5% a 16,5%, ante 9% a 13%.

A estimativa para a margem com clientes no ano foi mantida em 2% a 6%, assim como a para despesas operacionais, que ficou entre -5% e -1%.

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O guidance do Bradesco para receitas de prestação de serviços subiu para 2% a 6%, contra 1% a 5% anteriormente.

Para o resultado das operações de seguros, previdência e capitalização, o banco passou a ver uma contração de até 10%, em relação à estimativa passada de baixa de 15% a 20%.

A PDD Expandida é esperada que alcance entre R$ 13,0 bilhões e R$ 16,0 bilhões. A previsão anterior ia de R$ 14,0 bilhões a R$ 17,00 bilhões.

“As projeções não são garantia de desempenho futuro e envolvem riscos e incertezas que, por serem fundamentadas em premissas, dependem de eventos futuros que podem não se confirmar”, destacou a companhia em fato relevante.

Cotação de BBDC4 nesta quinta-feira (4)

No fechamento, a ação preferencial do Bradesco (BBDC4) recuou 6,62%, a R$ 19,05. A ordinária encerrou em baixa de 5,43%, cotada a R$ 16,54.

(Com Estadão Conteúdo)

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Arthur Guimarães

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