Recuperação da zona do euro ainda é frágil, diz presidente do BCE

A economia da zona do euro está começando a se recuperar da crise gerada pela pandemia de covid-19, mas a retomada ainda é frágil, afirmou a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, em entrevista publicada nesta sexta-feira (02).

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“Concordamos em manter (estímulos emergenciais) até pelo menos março de 2022 e, de qualquer forma, até que julguemos que a crise do coronavírus chegou ao fim”, disse a mandatária do BCE, ao jornal francês La Provence.

Também na entrevista, Lagarde comentou que a zona do euro ainda não está numa situação de recuperação econômica sustentável que garanta a estabilidade dos preços.

O BCE tem como meta manter a inflação anual do bloco ligeiramente abaixo de 2%.

Balanço de riscos e variante Delta

Christine Lagarde também afirmou durante evento do think-tank Le Cercle des économistes nesta sexta-feira que o balanço de riscos para a economia da zona do euro está “mais ou menos” equilibrado no momento, com a variante Delta do coronavírus se destacando como a principal fonte de preocupação.

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Ela avaliou ainda que é necessário promover transformações e políticas econômicas que impulsionem o crescimento na região, para que a zona do euro tenha “arquitetura mais sólida” para superar crises futuras.

Compras emergenciais de títulos devem ser encerradas com fim da pandemia, diz BCE

O Programa de Compras Emergenciais da Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) do Banco Central Europeu deve ser encerrado assim que a situação de emergência sanitária na zona do euro terminar e a economia da região apresente fundamentos sólidos para crescer sem o apoio excepcional, segundo avalia o dirigente do BCE, Jens Weidmann, em discurso publicado no site do Bundesbank, o BC da Alemanha, na última segunda-feira (28).

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“Graças aos resultados realizados na vacinação contra a covid-19, a economia da zona euro está agora saindo da crise. Isso tem consequências para o PEPP, pois o programa está claramente vinculado à pandemia”, opinou o dirigente do BCE, defendendo a redução dos estímulos monetários e fiscais uma vez que a pandemia seja superada.

Caso a emergência sanitária na zona do euro não se estenda além do esperado, 2022 não correrá o risco de ser “mais um ano de crise”, segundo Weidmann.

“De acordo com as previsões atuais, o produto econômico na zona do euro já ultrapassaria sem mais apoio monetário o seu nível anterior à crise no primeiro trimestre de 2022. E a previsão sugere que a subutilização das capacidades macroeconômicas no bloco no próximo ano deixará de ser excepcional”, afirmou o banqueiro central.

Ele ainda comentou que as condições de financiamento na zona do euro seguem baratas, apesar da alta nos rendimentos de títulos soberanos na Europa, “à medida que a inflação se move à meta do BCE“, de cerca de 2% ao ano.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Rafaela La Regina

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