Raízen (RAIZ4) tem nota de crédito rebaixada novamente pela Moody’s; entenda

A Moody’s comunicou nesta quinta-feira (27) o rebaixamento da nota corporativa da Raízen (RAIZ4). A agência reduziu a classificação da empresa de Baa3 para Ba1 e manteve as notas em revisão para novo corte. A decisão ocorre após avaliação dos indicadores financeiros e de liquidez da companhia.

O anúncio inclui a retirada dos ratings de emissor de longo prazo da Raízen S.A. e da Raízen Energia. Além disso, as notas seniores não garantidas com vencimento em 2027 foram reclassificadas para Ba1. Com isso, a empresa passa integralmente ao nível especulativo na escala da Moody’s.

A agência afirmou que a mudança reflete a combinação de alavancagem elevada e geração de caixa negativa contínua. A Moody’s informou que não prevê recuperação relevante no curto prazo para níveis compatíveis com grau de investimento.

Por que a Moody’s rebaixou o rating da Raízen (RAIZ4)?

De acordo com o relatório divulgado nesta quinta-feira, a agência destacou que o rebaixamento está ligado à deterioração das métricas de crédito da companhia. A Moody’s citou o aumento da alavancagem bruta e a dificuldade da empresa em produzir fluxo de caixa livre positivo.

Segundo a agência, o nível atual de endividamento continua impondo restrições significativas às operações da empresa, o que compromete a capacidade de recuperação financeira.

A Moody’s observou ainda que o negócio de açúcar e etanol exige investimentos elevados para manter a qualidade e a produtividade agrícola. Segundo a avaliação, esse segmento da companhia está exposto a riscos relevantes, como clima e volatilidade de preços.

A agência destacou que, para as safras de 2025 e 2026, a expectativa é de preços mais baixos para açúcar e de maior pressão sobre o etanol, com expansão da oferta de etanol de milho no período de entressafra.

O relatório também mencionou que a revisão em andamento seguirá considerando medidas que possam reforçar de forma significativa a estrutura de capital da companhia. Entre os pontos observados estão o potencial aumento de capital próprio por parte dos controladores e novas vendas de ativos. A Raízen recebeu R$ 900 milhões em desinvestimentos no terceiro trimestre e possui R$ 3,9 bilhões adicionais a receber de operações já anunciadas.

“Não prevemos uma recuperação significativa no curto prazo, na qual a empresa retorne a indicadores de crédito mais adequados ao grau de investimento, incluindo uma relação Dívida/Ebitda abaixo de três vezes e geração de fluxo de caixa livre positivo”, destacou a Moody’s.

Segundo a Moody’s, a Raízen (RAIZ4) vem adotando iniciativas para melhorar a eficiência operacional e reduzir despesas desde 2024. Entre essas ações estão cortes em despesas gerais e administrativas, redução de capex e ajustes na gestão de passivos. A agência afirmou que essas medidas são positivas, mas avaliou que ainda não são suficientes para reduzir a alavancagem a níveis compatíveis com grau de investimento.

Giovanna Oliveira

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