Raízen (RAIZ4) tem preço-alvo reduzido pelo BTG; saiba qual é o novo valor
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O BTG Pactual divulgou nesta terça-feira (29) um novo relatório sobre as ações da Raízen (RAIZ4), reavaliando suas projeções para a companhia. No documento, os analistas revisaram o preço-alvo de RAIZ4 de R$ 3,50 para R$ 3,00 por ação.

De acordo com o relatório publicado pelo BTG, a avaliação acompanha ajustes nas estimativas de desempenho operacional da Raízen, além de uma nova perspectiva sobre os preços do açúcar no curto prazo.
Por que o BTG cortou o preço-alvo de Raízen?
De acordo com o relatório, desde o IPO a Raízen investiu entre R$ 15 bilhões e R$ 16 bilhões em crescimento, mas o EBITDA da empresa se manteve estável em torno de R$ 11 bilhões, enquanto a dívida líquida dobrou e chegou a R$ 42 bilhões no fim do último ano-safra.
A instituição destaca que a nova gestão da companhia tem adotado uma postura diferente, focando na venda de ativos não essenciais e redução de investimentos. Já foram arrecadados cerca de R$ 3 bilhões com a venda de usinas e ativos de energia.
“A decisão da Raízen de vender três usinas — e acreditamos que isso é apenas o começo — revela muito sobre a profundidade da transformação da empresa”, destaca o BTG.
O BTG ressaltou ainda que a venda de três usinas de cana-de-açúcar, por R$ 1,7 bilhão, marca o início de um processo mais profundo de transformação da companhia. “Acreditamos que há outras unidades que impactam negativamente os resultados da Raízen e que também podem ser vendidas”, diz o relatório.
No segmento de distribuição de combustíveis, a Raízen conseguiu recuperar parte da participação de mercado no segundo trimestre de 2025, e o banco projeta uma margem de EBITDA de R$ 121 por metro cúbico para o Brasil no primeiro trimestre do ano fiscal de 2026.
Preço-alvo de RAIZ4
Com a reavaliação dos fundamentos da empresa, o BTG Pactual reduziu o preço-alvo de RAIZ4 para R$ 3,00 por ação, ante a estimativa anterior de R$ 3,50. A nova projeção para as ações da Raízen considera ajustes no cenário de preços do açúcar, um início de safra mais lento e o impacto das vendas de ativos operacionais.
O banco também incorporou ao modelo a expectativa de uma moagem de cana no piso da meta projetada pela companhia, de 72 milhões de toneladas. Além disso, a dívida líquida estimada para o fim do ano fiscal de 2026 foi elevada para R$ 45 bilhões, refletindo os desafios financeiros atuais da empresa.
“Revisamos nosso EBITDA para o exercício fiscal de 2026 para R$ 11,0 bilhões, refletindo preços mais baixos para o açúcar e uma moagem de cana no limite inferior do guidance de 72 milhões de toneladas”, pontua o banco.
Apesar da revisão, os analistas mantêm recomendação de compra para as ações da Raízen (RAIZ4), com base na expectativa de que as mudanças operacionais e a venda de ativos menos eficientes contribuam para a geração de caixa e melhorem os indicadores financeiros ao longo dos próximos trimestres.