Lucro da Qualicorp (QUAL3) cai no 3T22: BTG vê margens pressionadas; ações caem 15%

O lucro líquido da Qualicorp (QUAL3) despencou 55,4% no primeiro trimestre, para R$ 49,2 milhões, comparado com igual período do ano passado, informa a empresa em comunicado à CVM, divulgado ontem.

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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, o Ebitda da Qualicorp, no período foi de R$ 233,8 milhões, queda de 13% sobre os R$ 268,6 milhões registrados há um ano. Com isso, a margem Ebtida no terceiro trimestre recuou 4,1 pontos porcentuais para 46,1%, ante 50,2% do mesmo trimestre do ano anterior.

Segundo o time de análise do BTG Pactual, a Qualicorp apresentou outra rodada de contração da receita líquida, “nenhum crescimento orgânico no portfólio coletivo por adesão e pressões de margem.”

A receita líquida da Qualicorp atingiu R$ 507,1 milhões, registrando recuo de 5,2% em relação ao terceiro trimestre de 2021, resultado em linha com o BTG. No acumulado de janeiro a setembro, soma R$ 1,498 bilhão, redução de 4,9% sobre o lucro líquido apurado em igual período do ano passado.

“A receita foi prejudicada por mais um trimestre de alta rotatividade e contração no número de membros no segmento coletivo por adesão, agravado pela sazonalidade desfavorável do terceiro trimestre (ou seja, geralmente o pior trimestre em termos de rotatividade, já que a maioria dos aumentos de preços ocorre no terceiro trimestre)”, diz o BTG.

A dívida líquida da companhia no período cresceu 50,2%, ficando em R$ 1,56 bilhão. Enquanto isso, a alavancagem ficou em 1,6x na relação dívida líquida/Ebitda ajustado LTM, contra 1,5x, no segundo trimestre, e 1,0x registrado um ano antes.

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O resultado financeiro da Qualicorp no segundo trimestre foi negativo em R$ 53,3 milhões, com crescimento de 2,1% em relação ao segundo trimestre. Na comparação anual, o aumento de 347,9% no resultado líquido se deve, além da variação do CDI médio, ao aumento de endividamento líquido.

A empresa que comercializa, administra e faz a gestão de planos de saúde coletivos por adesão encerrou o trimestre com um portfólio de 1,06 milhão de vidas, queda de 6,1% comparado ao segundo trimestre. De acordo com a Mensagem da Administração, este ano de 2022 teria sido o mais desafiador da história recente do setor de saúde.

“No terceiro trimestre, as adições brutas no portfólio coletivo por adesão desaceleraram 31% a/a para 104 mil, mais uma vez ficando aquém da meta da companhia de 120-130 mil adições brutas para o trimestre. Conforme observado nos últimos trimestres, a alta rotatividade de -179 mil vidas (pressionado por aumentos de preços de dois dígitos) levou a Qualicorp a perder 75 mil vidas organicamente, ou 70 mil ao incluir as 5 mil vidas adicionadas via Clube Care (consolidado no terceiro trimestre)”, explica o BTG.

“As elevadas taxas de juros, a inflação ainda alta e a falta de crescimento real da massa de rendimentos têm afetado a capacidade de pagamento de nossos beneficiários”, ressalta a mensagem.

A administração da Qualicorp ainda destaca o impacto negativo dos repasses de preços maiores do que os esperados para o ano na carteira de clientes. Como justificativa, aponta o aumento da inflação médica (medida pelo VCMH) e a retomada de utilização dos planos e redes de atendimento no pós-Covid.

“Após outro resultado com contração orgânica de membros, queda da receita líquida e pressão na margem Ebitda ajustada, a estratégia da Qualicorp ainda precisa ser comprovada e validada. Assim, permanecemos neutros”, conclui o BTG, com preço-alvo de R$ 9. Nesta quarta (9) as ações da empresa fecharam em forte queda de 15%, reflexo do balanço negativo. cotadas a R$ 6,87.

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Redação Suno Notícias

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