PetroRio (PRIO3) desiste da compra do campo de Albacora

A PRIO, antiga PetroRio (PRIO3), e a Petrobras (PETR4) anunciaram nesta quinta-feira (8) que decidiram pelo encerramento do processo competitivo para venda da concessão de Albacora, localizado em águas profundas da Bacia de Campos. O ativo continuará integralmente na carteira da estatal.

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De acordo com fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as empresas não chegaram a um acordo sobre a avaliação do ativo.

“Embora Albacora seja um ativo de grande potencial, a PRIO acredita que uma possível transação com valores acima dos já oferecidos não incorporaria nem o retorno, nem o perfil de risco adequados para o projeto”, diz a nota da PetroRio. “Assim, a PRIO reforça seu comprometimento com a disciplina financeira e alocação de capital a taxas de retorno que reflitam seus objetivos de geração de valor para seus acionistas.”

A PetroRio ressalta que o encerramento com a Petrobras não afeta em nada o processo de transação da Albacora Leste, que continua em avaliação com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e que espera aprovação nos próximos meses.

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A Petrobras lembra que, apesar de não ter chegado a um acordo final com a PetroRio, dará continuidade ao projeto de revitalização de Albacora, que contempla o desenvolvimento da produção do reservatório de Forno, localizado no pré-sal de Albacora.

Em nota, a estatal afirma que “segue plenamente comprometida com seu programa de gestão ativa de portfólio e reforça o compromisso com a ampla transparência dos processos de desinvestimentos”, e que segue reavaliando periodicamente seu portfólio de ativos.

Ressalta ainda que o projeto prevê a contratação de uma nova plataforma do tipo FPSO (sistema flutuante que produz, armazena e transfere petróleo) para o campo em substituição às duas unidades de produção que operam no ativo atualmente (P-25 e P-31).

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Para a equipe de Research da Ativa Investimentos, a notícia é operacionalmente negativa para PetroRio, “uma vez que a absorção do campo localizado em águas profundas era um dos principais eventos para a concretização de sua atual trajetória de crescimento”, afirmam os analistas.

Na visão da Ativa, a não concretização do negócio sob o pretexto da manutenção da diligência financeira por parte da companhia demonstra características positivas, já que dá o parecer de não estar interessada em apenas crescer por crescer.

Outro ponto é que o alto custo atual de capital, somado a engenharia financeira que teria que ser feita para que a companhia adquirisse o ativo, faz com que o mercado não reaja negativamente ao evento, de acordo com os analistas.

“Para Petrobras, ainda que existam pretextos para o ativo seguir em sua carteira, como estar localizado na Bacia de Campos e em águas profundas, acreditamos que o seu desinvestimento era a melhor saída, sobretudo sob a ótica do adensamento de sua produção no pré sal e maximização da redução de seus custos de produção. Ainda assim, as dúvidas sobre o tamanho do reservatório de Forno e seu potencial jogam favoravelmente à decisão da companhia em não seguir com a negociação”, aponta a Ativa, em nota.

Cotação da PetroRio e da Petrobras

As ações preferenciais da Petrobras caíram 0,93%, a R$ 31,80, no fechamento do dia.

Os ativos da PetroRio baixaram 4,07%, a R$ 27,55.

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Victória Anhesini

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