Petróleo fecha com queda de mais de 3% com retirada de tropas russas da Ucrânia

O petróleo fechou em forte queda nesta terça-feira (15). O movimento, contrário ao do dia anterior, veio com a aparente recuo das tensões geopolíticas pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, anunciada pelo presidente Vladimir Putin. O governo russo ordenou a retirada parcial das tropas posicionadas perto da fronteira com a Ucrânia.

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Em Nova York, o barril do petróleo WTI com entrega prevista para março recuou 3,55%, a US$ 92,07, enquanto o do Brent para abril caiu 3,32%, a US$ 93,28, em Londres.

O anúncio da retirada das tropas foi feito pelo Ministério da Defesa russo em vídeo. O porta-voz afirmou que os exercícios militares que eram feitos próximos ao leste da Ucrânia continuam na Rússia, mas que determinadas unidades dos “distritos militares do Sul e do Oeste já concluíram as atividades e começaram a retornar à base”, sem dar mais detalhes sobre a retirada. Putin disse hoje que a Rússia não quer guerra na Europa.

“Para os próximos dias, o petróleo se movimentará muito de acordo com novas noticias sobre essa possível invasão da Ucrânia pela Rússia”, afirma Felipe Vella, analista da Ativa Investimentos. De acordo com ele, a Rússia não desistiu dos avanços contra a Ucrânia, mas o anúncio de hoje baixou a pressão altista em cima da commodity.

Ainda foram verificadas sinalizações de autoridades da Rússia pela continuidade das negociações com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e seus principais Estados-membros.

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A percepção de que a possibilidade de uma invasão diminuiu foi reforçada por comentários do presidente Vladimir Putin, em coletiva de imprensa após reunião com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz. Além de acenar pela continuidade de esforços diplomáticos, o mandatário disse que temer que as negociações estagnem. Apesar das sinalizações, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que a aliança ainda não viu ações efetivas que correspondam aos acenos da Rússia.

Além do conflito geopolítico, investidores observaram Putin garantir o fornecimento de energia à Alemanha e demais países europeus.

Segundo o analista da Ativa, os preços do petróleo continuam vulneráveis apesar da aparente diminuição das tensões geopolíticas. “Rússia é um dos maiores players do ativo, e com certeza um confronto bélico pressionaria a oferta da commodity”, disse.

Inversão da demanda pelo petróleo

Apesar dos riscos, há ainda a perspectiva de que a demanda global por petróleo siga em crescimento, à medida que o mundo deixa para trás a pandemia de covid-19. Por isso, o banco suíço UBS recentemente aumentou a sua previsão para o preço do barril do Brent, a US$ 95 em julho e US$ 100 em dezembro de 2022.

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No início da pandemia, há quase dois anos, sobrava petróleo. Com a maioria dos países com lockdown decretada, a commodity caiu intensamente e havia excesso de estoque. Na época, foi preciso pagar para o petróleo ser armazenado, o que fez principalmente o valor do barril WTI recuar. O Brent, no caso, apesar de ser mais leve e utilizado como referência global, bateu a marca de US$ 20 por barril, o que não acontecia desde 2001.

Ao longo de 2020 e 2021, a demanda pelo petróleo voltou rapidamente e ainda mais do que foi previsto anteriormente, já que estímulos econômicos foram disponibilizados por diversos governos. Esperava-se uma estabilidade em 2022, mas com as notícias do conflito geopolítico, não há mais previsibilidade.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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