Grana na conta

Barril acima de US$ 100: petróleo salta 8% com impasse nas negociações entre Rússia e Ucrânia

O petróleo voltou a ultrapassar a marca de US$ 100 por barril e encerrou a sessão desta quinta-feira (17) em alta nos mercados futuros. A perspectiva de prolongamento das sanções à Rússia e impasses na negociação de paz com a Ucrânia estiveram no radar dos investidores. O dólar mais fraco também colaborou para a disparada.

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O contrato do petróleo WTI para abril fechou com ganho de 8,35% (US$ 7,94), a US$ 102,98 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para maio avançou 8,97% (US$ 8,62), a US$ 106,64 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Declarações da Rússia de que um acordo com a Ucrânia não parece tão próximo influenciaram o ativo hoje, com Moscou rechaçando relatos de progressos no diálogo.

Além disso, o Commerzbank menciona em relatório o fato de que, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a Rússia pode ter sofrido uma forte queda em sua produção de petróleo, que pode ser de 3 milhões de barris por dia em abril, diante de sanções e de boicotes voluntários de vários compradores.

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O banco lembra que a AIE também revisou em baixa sua projeção para a demanda no segundo trimestre, com crescimento mais modesto diante da guerra na Ucrânia e dos preços mais altos de commodities. O Commerzbank considera que o mercado deve estar “virtualmente equilibrado no segundo semestre”, caso a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) leve adiante as altas graduais na oferta, como planejado.

Recuo do dólar favorece o petróleo

No câmbio, o dólar recuou ante outras moedas principais, o que colabora para aumentar a demanda pelo petróleo, já que neste caso os contratos ficam mais baratos para os detentores de outras divisas.

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Segundo profissionais do mercado, o salto do petróleo – considerado variável-chave para os próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom) – favorece moedas emergentes e ligadas a commodities, como o real, mas também realimenta as pressões inflacionárias e do presidente Jair Bolsonaro por medidas para controlar os preços dos combustíveis, o que gera cautela fiscal e ajudou a dar impulso ao dólar, pelo menos de forma pontual por enquanto.

Outro ponto de atenção no mercado: a Capital Economics comenta que o acordo nuclear com o Irã “parece prestes a ser reativado”, o que levará à retirada de sanções e ao consequente aumento das vendas de petróleo do país. Segundo a consultoria, isso pode “acrescentar um pouco mais de pressão de baixa aos preços globais” do óleo.

Com Estadão Conteúdo

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Bruno Galvão

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