Balanços da semana

Petrobras (PETR4) deve apresentar lucro forte e dividendos altos no 1T22

A Petrobras (PETR4) irá divulgar nesta quinta-feira (5), após o fechamento do mercado, os resultados do período de janeiro a março de 2022. De acordo com os analistas do mercado financeiro, o balanço da petroleira deverá refletir a alta no preço do barril de petróleo, com forte geração de caixa e boas margens no segmento de distribuição.

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No primeiro trimestre de 2022, o preço do barril de petróleo Brent, referência para a Petrobras, subiu 23% na comparação trimestral e 60% na comparação anual, para uma média de US$ 93 o barril.

Soma-se a isso o aumento na produção nacional de óleo e gás, o resultado esperado pelos bancos é de fortes ganhos, que deverão ser revertidos na forma de dividendos pela Petrobras.

Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis (Ineep), o lucro da Petrobras no 1T22 deverá ser de R$ 42,6 bilhões. Valor abaixo do projetado pelos bancos.

As estimativas do Itaú BBA apontam para um lucro líquido de R$ 46,198 bilhões. Já o BTG fica próximo, com projeção de R$ 47 bilhões de lucro, auxiliado por ganhos não recorrente, segundo o banco. Abaixo desses valores está a projeção do Goldman Sachs, com R$ 39,2 bilhões de lucro líquido.

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Um ano atrás, no primeiro trimestre de 2021, o lucro líquido da Petrobras foi de R$ 1,16 bilhão, muito abaixo do que se espera para o mesmo período deste ano. Conforme destacam os relatórios dos bancos, os resultados positivos estimados para a petroleira são fruto de três fatores principais:

  • aumento das receitas de vendas dos derivados no mercado interno (em média, os preços do diesel e da gasolina
    subiram 14% t/t e 8% t/t, respectivamente);
  • redução no custo de extração do petróleo; e
  • preço elevado do barril de petróleo, comercializado por US$ 93 o barril, em média.

Com isso, o lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Petrobras também deve aumentar. O Itaú BBA prevê um Ebitda ajustado de R$ 74,436 bilhões para a Petrobras no 1T22. Já o BTG estima R$ 83 bilhões, valor similar ao do Goldman Sachs, que indica R$ 83,45 bilhões.

Petrobras: produção sobe 1,1% no 1T22. Foto: Divulgação/Agência Petrobras.
Petrobras P-68. Foto: Divulgação/Agência Petrobras.

Dividendos da Petrobras no 1T22

Com ganhos tão elevados, novamente os acionistas da Petrobras devem sair beneficiados por meio da distribuição de dividendos. O Itaú BBA acredita em uma distribuição de R$ 1,8 por ação, equivalente a um dividend yield de 6%. Porém, o banco indica pode ser maior, “pois a empresa já recebeu os valores de compensação a serem pagos pelos Campos de Atapu e Sépia”.

A análise é a mesma feita pelo BTG, que aponta um pagamento de 7% de dividend yield neste primeiro trimestre, com a mesma ressalva de aumento nos pagamentos se considerar o valor recebido pelos Campos de Atapu e Sépia.

Já o Goldman Sachs vê um espaço para pagamento de dividendos que vai de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões. O banco considera a distribuição do piso se a estatal seguir a mesma fórmula de referência dos últimos trimestres.

No entanto, se a Petrobras levar em consideração a geração de caixa no 1T22, o GS vê espaço para os US$ 10 bi, equivalente a 10% de dividend yield. “Esperamos um rendimento de dividendos de 37% em 2022, o que compensa o risco eleitoral de outubro”, diz relatório.

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Recomendações para a Petrobras

Apesar de esperar um forte resultado neste 1T22 e também nos próximos trimestres, o BTG afirma em relatório que não acredita no movimento de valorização das ações da Petrobras neste ano. Para os analistas, o foco dos investidores está nos potenciais dividendos da empresa, não no crescimento do papel.

Além disso, o banco espera mais dificuldades do ponto de vista eleitoral, visto que o preço dos combustíveis continua defasado em relação à paridade internacional. “A alocação de capital pode mudar muito após as eleições e o repasse dos preços pela Petrobras continua sendo um dos mais baixos para o setor”. Com isso, o BTG reitera recomendação neutra em relação às ações ON e PN da Petrobras.

Já o Itaú BBA recomenda a compra, com avaliação outperform (acima do mercado) para as ações da petroleira. O preço alvo dos papéis PN (PETR4) é de R$ 38,00, equivalente a 25% de valorização em 12 meses.

O Goldman Sachs também tem recomendação de compra para as ações da Petrobras, com preço alvo de R$ 38,80 para as ações ordinárias (PETR3) e de R$ 36,90 para as ações preferenciais (PETR4).

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Monique Lima

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