Após polêmica de política de preços, Petrobras (PETR4) lança novo sistema de precificação do GNL

A Petrobras (PETR4) anunciou nesta segunda-feira (3) que passará a adotar em suas vendas de gás natural liquefeito (GNL) um novo sistema de precificação além das modalidades já existentes, que levam em consideração o preço do petróleo Brent. A ideia é, segundo o documento, construir uma alternativa de precificação menos volátil, “sem abrir mão do alinhamento com os preços internacionais”.

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O novo modelo de venda da Petrobras será indexado ao Henry Hub, um centro de distribuição de gás natural localizado na cidade de Erath, no estado norte-americano da Louisiana. O hub conta com a participação de vários players, entre produtores e distribuidores, o que gera a precificação da commodity com elevada liquidez.

Segundo a companhia, em documento, o centro americano é “uma referência amplamente utilizada e que serve de benchmark para novos projetos de liquefação nos EUA”.

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O novo modelo de precificação ainda será negociado com os clientes e não necessariamente implicará em impactos materiais nos preços. Segundo a Petrobras, não haverá também mudanças na parcela de transporte do preço de gás.

A nova modalidade será opcional, ou seja, as distribuidoras não serão obrigadas a aderir. Haverá contratos com horizonte de seis meses e de um a quatro anos – hoje, eles são de um a três anos. Os reajustes permanecerão trimestrais, exceto nos contratos de seis meses, que terão atualização mensal.

As próprias concessionárias têm reclamado da volatilidade do atual índice de reajuste e enfrentado dificuldades para repassar a variação aos consumidores residenciais e à indústria, principal cliente.

Especialistas afirmam que a oscilação excessiva de preços perturba o mercado, o consumo – já que os clientes passam a procurar combustíveis alternativos para fazer frente ao aumento – e até mesmo a perspectiva de investimentos. A chegada de grandes volumes de gás oriundos do pré-sal demanda altos investimentos, e os preços funcionam como lastro para essa produção.

Mudança vem após polêmica envolvendo política de preços da Petrobras

O anúncio vem pouco após o novo diretor-executivo (CEO) da Petrobras Joaquim Silva e Luna assumir. O antigo ocupante do cargo, Roberto Castello Branco, foi afastado da cadeira após divergências com o governo do presidente da República Jair Bolsonaro, que reclamou das mudanças constantes dos preços dos produtos da estatal – as falas geraram polêmicas e o temor de que a petroleira deixaria de respeitar a política de preços internacional dos combustíveis.

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Segundo o documento, porém, a iniciativa de um novo programa de preços já era estudada há tempos. “Os estudos para oferta destes novos modelos contratuais começaram em 2020e fazem parte do processo de mudança iniciado em 2019”, diz o comunicado ao mercado.

A decisão da Petrobras teria sido impulsionada pela proximidade do término do prazo de contratos não-termelétricos, pela indexação ao Henry Hub em chamadas públicas para distribuidores de gás locais e pela perspectiva de um ambiente mais concorrido no setor de gás por conta da abertura do mercado de gás natural brasileiro – a decisão, então, traria mais competitividade e maximizará os ganhos da estatal.

(Com Estadão Conteúdo)

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Vitor Azevedo

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