Paulo Guedes volta a defender o fim do IPI por ‘desestimular produtividade’

O ministro da Economia, Paulo Guedes, novamente declarou que defende o fim do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Na sua visão, o imposto desestimula os investimentos produtivos, contribuindo para a “desindustrialização” do país.

Veja o resumo de mercado desta sexta-feira (26)

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A declaração foi feita em uma palestra proferida pelo próprio Paulo Guedes, em evento organizado pela Associação da Classe Média (Aclame), em Porto Alegre.

“Temos que zerar o IPI”, declarou o ministro da economia após destacar que o governo federal já conseguiu reduzir em até 35% o valor do imposto cobrado da maioria dos produtos fabricados no país, à exceção de parte dos fabricados na Zona Franca de Manaus.

“É um bom começo. E assim a gente segue e vê o que vai acontecer ali na frente. [Cortando] mais 35%, faltarão apenas 30% [para o zerarmos]. E, aí sim, dá para abaixar mais a tarifa do Mercosul e outras”, acrescentou o ministro, assegurando que a intenção do governo federal é baixar impostos de forma “muito gradual”.

Guedes também associou a criação do extinto Ministério do Planejamento à desaceleração do crescimento econômico registrado anteriormente.

Criado em 1962 para coordenar a política econômica, a pasta teve suas atribuições ampliadas em 1964, passando por várias mudanças de status e atribuições até que, em 1999, foi instituído o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Logo ao assumir o cargo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, extinguiu o ministério, transferindo suas atribuições para o Ministério da Economia, comandado por Guedes.

“O Brasil já foi a economia mais dinâmica do mundo, crescia a 7,3% em média, ao longo de duas, três décadas […] Trazíamos gente do mundo inteiro, crescíamos rapidamente, e não tínhamos um Ministério do Planejamento. Quando o criamos, começamos a descer”, disse o ministro ao se referir ao que classificou como o “desmonte da economia brasileira” e criticar o “planejamento central”.

“Rejeitamos o modelo estatista-dirigista”, acrescentou Guedes para justificar sua crítica.

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Temos que reverter o modelo estatista, diz Paulo Guedes

Antes de admitir não ter conseguido realizar tudo aquilo que pretendia fazer à frente do Ministério da Economia, Guedes disse que ministro do planejamento é ‘farsante’.

“O ministro do Planejamento que for planejar o futuro do Brasil é um farsante. Ninguém tem este conhecimento. A democracia é um algoritmo de decisão política descentralizada. E os mercados são algoritmos de decisão econômica descentralizados. Ou seja, quem conhece o futuro dos semicondutores são as pessoas que estão os produzindo”, disse o ministro.

“Eles têm melhores condições de planejar o futuro do que nós. Tudo o que podemos fazer é oferecer um bom ambiente de negócios e condições atraentes”, seguiu.

“Quando chegamos, nosso diagnóstico era o seguinte: temos que controlar os gastos e reverter o modelo [estatista]. No primeiro ano, fizemos a Reforma da Previdência, mas não conseguimos fazer o que queríamos. Fizemos 60% do que queríamos. Porque queríamos um regime de capitalização”, completou Guedes.

Com informações da Agência Brasil

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Eduardo Vargas

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