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Preço-alvo do Nubank (NUBR33) é cortado: “Vem tempestade por aí. Fique longe das ações”, diz BBA

Nubank (NUBR33)

Nubank (NUBR33)

Os analistas do Itaú BBA pioraram as suas expectativas para as ações do Nubank listadas na NYSE. Agora, o preço-alvo é de US$ 4,50, ante US$ 3,47 de cotação atual. Os analistas da casa preveem que “uma tempestade deve vir à frente” para a companhia, entoando a tese de risco de crédito, citada por outras casas.

Mesmo que o preço tenha ficado acima da cotação das ações do Nubank atualmente, os analistas seguem com recomendação de venda para os papéis, sob o rótulo de ‘underperform’.

“Apesar do preço atual das ações ser mais atrativo, recomendamos que os investidores fiquem longe. O momento dos ganhos provavelmente permanecerá negativo”, diz o Itaú BBA.

A casa considera ainda o valuation injustificável e cita uma volatilidade muito alta, além de múltiplos pouco atrativos. As projeções são de que os papéis sejam negociados a 4x o valor patrimonial da companhia (P/VP) e 26x lucro no ano de 2023.

“Eles estão estão trazendo mais receita de juros, de fato, mas também criam um ambiente nebuloso sobre o risco de crédito de médio prazo, a nosso ver. Por isso acreditamos que os índices de inadimplência do Nubank cresceram rapidamente e que a empresa poderá em breve ter que desacelerar o crescimento da carteira de empréstimos”, destacam os analistas.

A tese também cita que a fintech está ‘demorando para crescer’ em termos de receitas de serviços, considerando alguns desafios estruturais que a companhia enfrenta para poder rentabilizar clientes em uma economia emergente.

Nesse cenário, o BBA projeta R$ 3,1 bilhões de lucro líquido para o acumulado do ano de 2023, ante uma projeção anterior de R$ 3,5 bilhões.

Indicadores do Nubank – Foto: Reprodução/Itaú BBA

“A dinâmica dos lucros provavelmente permanecerá negativa, e o valuation atual não é de forma alguma atraente”, diz o BBA.

Mesmo os números do primeiro trimestre deste ano (1T22) não eram tão animadores. Os especialistas preveem que pode ocorrer uma eventual desaceleração no crédito pessoal, mesmo que o Nubank tenha aumentado sua carteira nesse segmento em R$ 1,7 bilhão de janeiro a março deste ano.

“Um ritmo assim tão rápido provavelmente impulsionará os índices de inadimplência para cima, em nossa visão”, projeta o BBA.

Segundo os dados oficiais do roxinho, a inadimplência acima de 90 dias foi de 4,2% e, segundo o banco, tem sido controlada pela qualidade de “seleção de bons pagadores”.

Sobre as transações no cartão de crédito do Nubank, o BBA destaca três pontos:

Deste modo, a recomendação e os prognósticos para o banco digital seguem negativos e cada vez mais deteriorados.

“O tempo pode provar que eles estão certos, mas não podemos conciliar a seletividade reivindicada com o ritmo de crescimento à luz da queda da renda real disponível do Brasil”, dizem os analistas.

Desempenho das ações e BDRs do Nubank

Os BDRs do Nubank estão cotados a R$ 2,98, caindo 1,32% nesta sexta, cerca de 7% neste mês e 74% desde a estreia dos ativos no Brasil.

Já as ações ‘originais’ do Nubank, listadas em Nova York, seguem cotadas a US$ 3,47, com o fechamento em alta de 4,83% desta sexta (17). Os papéis caíram 9% nos últimos 30 dias e 70% desde a listagem na NYSE.

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