Nubank (NUBR33) e Caixa registram instabilidade no uso do Pix por usuários

A Caixa Econômica Federal e o Nubank (NUBR33) confirmaram, na tarde desta quarta-feira (12), instabilidade no uso do Pix por usuários durante o período da manhã, mas garantem que o problema já foi solucionado. Clientes das duas instituições publicaram, em suas redes sociais, relatos de problemas de acesso ao sistema de pagamentos instantâneos lançado pelo Banco Central em 2020.

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“A Caixa informa que ocorreu uma queda de eficiência pontual no serviço pela manhã, que foi prontamente normalizado ainda pela manhã. Até o momento, foram realizadas cerca de 680 mil transações PIX com sucesso nesta data”, informou a Caixa em resposta enviada a Bloomberg Línea.

“Verificamos que parte da nossa base de clientes encontrou oscilações nesta manhã na realização de transações Pix. Lamentamos o ocorrido e informamos que as operações já foram normalizadas”, respondeu o Nubank a Bloomberg Línea.

Lançado no dia 16 de novembro de 2020, o Pix é o meio de pagamento criado pelo Banco Central em que os recursos são transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia, sem cobrança de tarifa.

A interrupção temporária do uso da ferramenta gerou barulho nas redes sociais, refletindo a crescente popularização do meio de pagamento. No dia 5 de novembro do ano passado, o sistema registrou um recorde de 50 milhões de transações em um único dia.

Da estreia em novembro de 2020 até outubro de 2021, o Pix já havia sido usado em cerca de 7 bilhões de transações, movimentando R$ 4 trilhões, superando, em número de operações, meios de pagamento tradicionais coma a TED (Transferência Eletrônica Disponível) , o DOC (Documento de Ordem de Crédito) e os boletos bancários como preferência dos brasileiros. Em outubro, o Pix tinha 348,1 milhões de chaves cadastradas por 112,65 milhões de usuários (105,24 milhões de pessoas físicas e 7,41 milhões de pessoas jurídicas).

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Sugestões

Na última segunda-feira (10), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo informou ter enviado ao BC sugestões para o aperfeiçoamento do Pix. A entidade considera o modelo de transações um avanço dos meios de pagamento, beneficiando consumidores e empresas, além de ser uma ferramenta de inclusão social (uma vez que não são cobrados, das pessoas físicas, os custos das operações). Contudo, a FecomercioSP avalia que a política de segurança do meio de pagamento deve ser otimizada, a fim de evitar o cometimento de crimes, bem como reduzir a insegurança e o risco de fraudes.

Mesmo com a implementação recente, pelo BC, de medidas como o estabelecimento de limites transacionais de até R$ 1 mil por dia e a diferenciação entre valores noturno e diurno, a entidade pontua que estas ações não esgotam os problemas, já que os criminosos utilizam “contas laranja” e/ou “contas de aluguel/passagem” para cometer atos ilícitos e direcionar rapidamente os recursos extraídos, de forma que não seja possível o rastreamento dos valores.

Segundo a FecomercioSP, as aludidas contas, geralmente digitais, são abertas por meios eletrônicos, o que propicia o envio de documentos falsos (ou, até mesmo, verdadeiros), mas que foram previamente objeto de ato ilícito, fazendo com que não seja possível identificar os criminosos. Além disso, as quadrilhas agem rápida e simultaneamente em diferentes regiões, segundo a entidade. Logo após cometerem os crimes, dispersam-se, dificultando ainda mais os trabalhos de investigação em função da velocidade com a qual operam.

Considerando que muitas contas são criadas apenas para realização de fraudes, a FecomercioSP sugere restringir as transferências imediatas via Pix para pessoas físicas que as tenham abertas há, no mínimo, três meses – tal medida contribuiria para facilitar o uso do Mecanismo Especial de Devolução (MED), segundo a entidade. Além disso, cita a necessidade do estabelecimento de critérios para a abertura das contas digitais, atrelando sua criação à confirmação da veracidade dos documentos enviados, o que pode ser realizado utilizando ferramentas de reconhecimento facial, biometria e código PIN, exemplifica a FecomercioSP.

Por fim, a entidade sugere também a implementação de mecanismos para comprovar a identidade dos recebedores. Neste sentido, a FecomercioSP propõe que, nas três primeiras operações, o usuário realize uma dupla checagem (confirmando, por exemplo, os dados via celular e e-mail ou inserindo um código de segurança), o que permitirá a rastreabilidade das informações.

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Bloomberg Línea

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