Nubank, uma fintech de 10 milhões de clientes: conheça sua história

A fintech Nubank anunciou no começo de julho que atingiu a marca de 10 milhões de clientes no Brasil, entre possuidores de contas digitais e cartões de crédito.

Fundada por David Vélez, Cristina Junqueira, Edward Wible em 2013, o Nubank já recebeu investimentos por cerca de US$ 420 milhões em sete rodadas. Graças a esse rápido crescimento, o valor de mercado aproximado da startup alcançou US$ 4 bilhões.

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Em 2019, a fintech iniciou sua expansão na América Latina, primeiro para o México, e, em junho também para a Argentina. Sempre neste ano, o Nubank foi eleito a empresa mais inovadora da América Latina pela revista “Fast Company”.

O sucesso foi tamanho, que o Nubank chegou a ter uma lista de espera para clientes de até três meses de duração. Entretanto, no começo do mês, junto com o novo número de clientes, a empresa também anunciou que encerrou a lista de espera para a liberação dos serviços da conta digital. Desta forma, os novos clientes passaram a receber na hora o acesso à NuConta após a solicitação.

Primeiros passos

A criação do Nubank é ligada a forte vontade do colombiano David Vélez de criar sua própria fintech. Graduado na Universidade de Stanford, e com passagens em bancos de investimentos renomados, como Goldman Sachs e Morgan Stanley, Vélez, em conjunto com Cristina Junqueira e Edward Wible, fundou a startup em 2013.

Na época, o escritório ficava localizado no bairro Brooklin em São Paulo. Logo ocorreu o lançamento do primeiro produto da startup: o cartão de crédito sem anuidade, com gerenciamento 100% digital por aplicativo em smartphones. Foi uma revolução para o mercado bancário brasileiro, altamente concentrado e com custos muito altos para os correntistas.

Saiba mais – Nubank abre escritório na Argentina e continua expansão na AL

O sucesso foi imediato, e pouco depois de um ano do lançamento foi necessário que a empresa se mudasse para um local maior: o escritório já não conseguiria abrigar os 300 funcionários. Foi assim que a fintech passou para a Avenida Brigadeiro Luis Antônio.

Em 2016, sempre por causa da rápida expansão, o Nubank se mudou mais uma vez, passando no bairro de Pinheiros, e contando com mais de 1.500 colaboradores.

Rápida ascensão

Assim como o fundador, boa parte do quadro de funcionários do Nubank são estrangeiros. O banco tem colaboradores com mais de 25 nacionalidades, entre eles mexicanos, indianos, canadenses, australianos, americanos e holandeses. Além disso, segundo a própria empresa:

  • cerca de 30% da equipe faz parte da comunidade LGBTQ;
  • cerca de 40% são mulheres.

Os fundadores da startup mantiveram cargos de liderança na empresa, e hoje ocupam respetivamente as posições de:

  • David Vélez: CEO
  • Edward Wible: CTO
  • Cristina Junqueir: vice-presidenta da startup

Em 2017, a fintech lançou seu programa de benefícios, o Nubank Rewards. No mesmo ano, também anunciou a NuConta, a conta digital atualmente utilizada por mais de 5,5 milhões de brasileiros.

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O público-alvo da fintech é muito jovem. Aproximadamente 70% dos usuários da Nubank têm menos de 36 anos. Assim, as gerações Y e Z centralizam as atenções da empresa, visto que  possuem maior interação com o ambiente digital do que outras faixas etárias.

Nubank cresce, mas ainda no prejuízo

Em 2018, o Nubank registrou um prejuízo líquido de R$ 100,3 milhões. A fintech fechou o ano passado com 5,9 milhões de clientes. Mesmo com esse resultado negativo no balanço, a startup registrou uma melhora na comparação com o ano anterior. Em 2017 a empresa teve um prejuízo de R$ 117 milhões.

Apesar do desequilíbrio nas contas, o prejuízo não é visto como um empecilho no mercado de startups. De acordo com o analista da SUNO Research, Rodrigo Wainberg, os gastos estão focados em emissão de cartões, cobertura de fraudes, atendimento e sistema. Isso seria fundamental para o Nubank focar na expansão de market-share.

“Fintechs como a Nubank focam em ganhar market-share, e em um primeiro momento não olham tanto para a parte de despesas. Essas empresas esperam que vá haver rentabilidade ao longo do tempo, com um relacionamento mais maduro com os clientes”, defendeu.

Deste modo, “mesmo com o prejuízo, o Nubank pode ter novo aporte de capital, emissão de ações”. A fintech tem capital fechado, e portanto ainda não realizou a oferta inicial de ações (IPO).

Contudo, Wainberg ressalta que apesar não ser um problema no curto prazo, o prejuízo pode se tornar um empecilho no longo prazo. Isto dependerá de uma série de fatores e tomadas de decisões do Nubank.

Amanda Gushiken

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