Taesa (TAEE3): Moody’s confirma AAA.br, mas será que os riscos podem abalar a estabilidade?

A Moody’s Local Brasil reafirmou, no Comunicado de Ação de Rating, o rating corporativo (CFR) da Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (TAESA – TAEE3) em AAA.br, com perspectiva estável. A decisão é um reflexo da sólida atuação da empresa no setor de transmissão de energia elétrica, destacando sua grande escala de operação e diversificação geográfica. Com 14.677 km de linhas em operação e 642 km em construção, a TAESA está presente em 18 estados e no Distrito Federal, consolidando sua posição como uma das maiores do Brasil.

Fatores que sustentam o rating

A manutenção do rating em AAA.br é sustentada por diversos fatores positivos, como o fluxo de caixa estável e previsível da TAESA, que é “suportado pela remuneração atrelada à disponibilidade e reajustes indexados à inflação”, conforme destacam os analistas da agência de rating. Além disso, a companhia se beneficia de um ambiente regulatório estável e uma política financeira conservadora, evidenciada por um perfil de liquidez adequado. A expectativa é que a empresa continue gerando entre R$ 2,0 e R$ 2,5 bilhões por ano em fluxo de caixa operacional nos próximos 18 meses.

Contudo, a Moody’s Local Brasil alerta sobre aspectos negativos no perfil de crédito da TAESA, como a exposição a “riscos de execução e eventuais atrasos relacionados ao seu portfólio de projetos em construção”, além da política de dividendos elevados, que absorve uma parte significativa de sua geração de caixa. A companhia planeja investir entre R$ 1,3 bilhões e R$ 1,7 bilhões nos próximos 18 meses, o que é considerado administrável dentro de suas projeções de geração de caixa.

Riscos e projeções futuras para a TAEE3

A agência de rating também destacou que, apesar da perspectiva estável, a execução da estratégia de crescimento da TAESA pode ser afetada por atrasos ou aumento nos custos dos projetos em construção. De acordo com o comunicado, “os ratings podem sofrer um rebaixamento caso ocorram desafios na execução da estratégia de crescimento da Companhia, tais como realização de investimentos acima do previsto ou atrasos substanciais na conclusão dos projetos em construção”. A alavancagem da TAESA deverá atingir um pico até o final de 2025, dado o estágio atual de seus projetos. A expectativa é que a alavancagem bruta ajustada, medida pela relação entre dívida bruta e EBITDA, fique abaixo de 3,5x até 2026.

Expectativas a longo prazo

A perspectiva estável reflete a expectativa de que a TAEE3 conseguirá reduzir sua alavancagem à medida que seus projetos se concretizem. Contudo, a Moody’s observa que a companhia pode enfrentar pressões financeiras caso haja dificuldades na execução dos projetos ou atrasos nos cronogramas. A agência também alerta que a deterioração da liquidez pode resultar em uma ação de rating negativa, caso o FFO sobre a dívida permaneça abaixo de 20% por um período prolongado.

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Maíra Telles

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