Moisés Naim diz que discurso de Bolsonaro foi oportunidade perdida
O ex-ministro de Comércio e Indústria da Venezuela e editor da revista Foreign Policy, Moisés Naim, afirmou ao SUNO Notícias que faz parte do consenso que achou o discurso de Jair Bolsonaro uma surpresa.
Moisés Naim acrescentou que “foi uma oportunidade perdida. Não sei o que se passou, se ele [Jair Bolsonaro] estava nervoso, se estava se sentindo intimidado”.
Na véspera, o presidente da República, Jair Bolsonaro, discursou na abertura do Fórum Econômico Mundial ao lado de Klaus Schwab, o presidente do evento.
O discurso do Bolsonaro não foi bem recebido pela maior parte do público presente.
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O diretor do Council of Americas e editor-chefe da Americas Quarterly, Brian Winter, referiu-se ao discurso de Bolsonaro como um “constrangimento total”.
A Americas Quarterly é a principal publicação sobre política, negócios e cultura nas Américas.
“O discurso de Bolsonaro em Davos foi muito mais curto do que o esperado, não mencionou a reforma da Previdência, e não deu maiores detalhes quando questionado na entrevista”, publicou Winter em seu Twitter.
Bolsonaro Davos speech MUCH shorter than expected, didn’t mention pension reform, gave no specifics even when pressed in Q&A
“Never experienced anything like that with a President here,” a friend wrote me. “Really bizarre.” https://t.co/y5GnZTZZLF
— Brian Winter (@BrazilBrian) 22 de janeiro de 2019
Em adendo, Winter completou a publicação:
“’Nunca havia presenciado algo assim com outro presidente’ um amigo me escreveu. ‘Realmente bizarro'”.
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O ministro Paulo Guedes
Quando questionado se acredita na capacidade do governo Bolsonaro em fazer reformas que ajudem o Brasil a avançar, Moisés Naim comentou que pouco sabe sobre o novo governo brasileiro.
“Não sabemos. Sabemos que o ministro Paulo Guedes tem uma visão econômica muito clara. Sabemos que a visão econômica do presidente não é idêntica à do ministro Guedes. Também sabemos que o ministro Guedes não tem experiência negociando com o Congresso, com a política, etc”, afirmou Naim.
O escritor ressaltou a falta de experiência do ministro da Economia ao afirmar que a política “é uma profissão. Muitas vezes, lidar com a economia é fazer política.”
“O Brasil tem uma das maiores democracias do mundo, como toda democracia, tem defeitos e insuficiências. Mas a democracia brasileira funciona”, respondeu Naim, ao ser perguntado se acredita que o Brasil está sob um regime autoritário.
Por fim, Moisés Naim declarou confiar que “todos estamos experimentando, e este será um processo educativo para o Bolsonaro, para o Guedes, e para o ministro das Relações Exteriores [Ernesto Araújo]”.