Davos: Nosso governo é um ponto de flexão para o Brasil, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta terça-feira (22) que o seu governo é um “ponto de flexão” para o Brasil.

O mandatário discursou no Fórum Econômico Mundial em Davos, em um painel de honra. Ele foi recepcionado pelo fundador do evento, Klaus Schwab. Isso é algo que ocorre somente com os líderes políticos mais importantes, por exemplo, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2017. Bolsonaro disse que seu governo é uma mudança para o Brasil.

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“Nós representamos para o povo brasileiro um ponto de flexão, onde a questão ideológica ficará de fora de tudo”, afirmou Bolsonaro. “Diminuiremos o tamanho do Estado, faremos a reforma da Previdência e tributária. Tiraremos o peso de quem empreende e investe, investiremos em educação. Tiraremos o viés ideológico de nossos negócios, nem de um lado nem do outro. Faremos comércio com todos os países que comercializam do mesmo jeito que nós fazemos”.

Bolsonaro falou para um plateia numerosa, na sala principal do Centro de Convenções de Davos. A sala estava lotada, com a presença de executivos, economistas, líderes internacionais – entre eles a diretora-executiva do Fundo Monetário Interacional (FMI), Christine Lagarde – e de dezenas de jornalistas do mundo inteiro. “Gostaremos muito de fazer parcerias com vocês para o bem de nossos povos”, afirmou Bolsonaro, referindo-se à plateia.

Corrupção

O presidente brasileiro respondeu a uma série de perguntas feitas por Schwab. Entre elas, o fundador do Fórum afirmou que “uma das marcas mais famosas do Brasil é a corrupção”, e pediu que Bolsonaro dissesse o que faria para solucionar esse problema.

“Com toda a certeza o senhor Sergio Moro é um homem conhecido por todos vocês. A ele é atribuída essa missão, é mudando a legislação e aperfeiçoando parte da mesma, dessa forma tenho certeza que vamos alcançar nosso objetivos”, afirmou Bolsonaro. O presidente também lembrou que “os ministros de meu governo são todos técnicos, sem participação político-partidária. Precisamos muito do Parlamento brasileiro para mudar o que foi feito, dessa forma o Brasil será visto de forma diferente do que foi até agora”.

Meio ambiente

Schwab também perguntou mais detalhes sobre o plano do governo para garantir um desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente.

O presidente brasileiro respondeu que “o meio ambiente tem que estar casado com o desenvolvimento”. “Nós temos um agronegócio que, é de conhecimento de todos, ocupa apenas 9% do território nacional. A agropecuária, menos de 20%. O resto são florestas. Nós somos um exemplo para o mundo. O que podemos aperfeiçoar o faremos, e nós queremos ser um exemplo para o mundo para controle do CO2 e a preservação do meio ambiente”.

América Latina

Schwab também perguntou a Bolsonaro como integrar o Brasil no contexto da América Latina. E quais seriam os planos de regionalização do novo governo brasileiro.

“Muito líderes regionais com os quais me encontrei querem que o Brasil vá bem. No que toca o Mercosul, eu falei com o presidente da Argentina e ele disse que quer mudar algo com o Brasil”, afirmou Bolsonaro. “Não queremos uma América bolivariana”.

No final do painel, que durou por volta de 30 minutos, Schwab anunciou ao vivo que o Fórum Econômico Mundial na América Latina em 2020 será realizado no Brasil. “Um grande país, muito importante para a economia mundial”, afirmou o fundador do evento de Davos.

Carlo Cauti

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