Família em crise? Calote da Marisa (AMAR3) prejudica outro negócio dos donos da varejista

A crise financeira enfrentada pela Marisa (AMAR3) acabou prejudicando outro negócio da família Goldfarb, dona da companhia. De acordo com informações divulgadas pelo jornal Valor Econômico, o fundo imobiliário Brasil Varejo (BVAR11) também pertence aos fundadores da varejista de moda.

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“Essa foi uma forma de ajudar indiretamente”, detalhou uma fonte próxima da empresa à reportagem do Valor. Atualmente, a família Goldfarb possui cerca de 53% de participação na empresa.

Na sexta (17), os gestores do BVAR11 revelaram ao mercado o calote da Marisa. Segundo a Rio Bravo Investimentos, administradora do fundo imobiliário, a varejista corresponde a 81,47% da receita imobiliária do FII.

“A inadimplência representa um impacto negativo no resultado do fundo de aproximadamente R$ 5,95 por cota”, ressaltou a Rio Bravo no comunicado.

A Rio Bravo ressalta que, durante o mês de fevereiro, até a divulgação deste fato relevante, não recebeu nenhuma comunicação prévia da locatária [Marisa] sobre o não pagamento, assim como o consultor imobiliário também não recebeu notificações sobre o assunto.

No informe, os responsáveis pelo BVAR11 afirmaram que estão preparando todas as medidas cabíveis para a cobrança da Marisa e buscando a regularização do atraso.

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A Rio Bravo não respondeu os questionamentos do Valor sobre a identidade dos proprietários do BVAR11. Ao Suno Notícias, a Marisa disse que os pagamentos serão regularizados em breve. Confira o posicionamento na íntegra:

A companhia está em processo de aprimoramento do seu modelo de negócios e decidiu priorizar pagamentos e/ou renegociar contratos, afetando alugueis (predominantemente dos imóveis pertencentes ao grupo de controle da Companhia). Em breve os pagamentos serão normalizados.

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Crise na Marisa

Além do BVAR11, a Marisa também está devendo para o Kinea Renda Imobiliária (KNRI11). A varejista é inquilina do CD Itaqua, galpão logístico próximo de São Paulo (SP). Esse contrato equivale a 4% da receita total da carteira de imóveis do fundo.

Segundo informações do Estadão/Broadcast, as dívidas da Marisa somam cerca de R$ 600 milhões. Assim, a varejista está realizando uma renegociação direta com os credores, que estão receptivos, de acordo com as fontes. Na lista de credores da Marisa estariam bancos como Bradesco (BBDC4), Safra, Daycoval, Alfa (BRIV4), ABC Brasil (ABCB4), Itaú (ITUB4) e Caixa.

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Em comunicado ao mercado nos últimos dias, a varejista informou que contratou o banco de investimentos BR Partners e a consultoria Galeazzi Associados para auxiliá-la no processo de mudança do perfil do seu endividamento.

De acordo com o mapeamento do Status Invest, as ações da Marisa derretem 42,65% neste mês e, desde o dia 9 de fevereiro, os papéis são comercializados por menos de R$ 1 na bolsa.

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Erick Matheus Nery

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