Inflação, dívidas? Agência dos EUA vê recuperação e crescimento do Magazine Luiza (MGLU3) em 2022

A agência de classificação de risco S&P Global Ratings anunciou nesta quinta-feira (14) que manteve o rating brAAA para Magazine Luiza (MGLU3), a melhor nota de crédito para o mercado brasileiro.

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De acordo com os analistas da S&P, a perspectiva é estável, apesar de maior alavancagem. A manutenção da nota se justifica com a boa posição de caixa da companhia, assim como a melhora no capital de giro e expectativa de aumento das margens de lucros operacionais. “O rating de recuperação ‘3’ permanece inalterado, indicando nossa expectativa de recuperação significativa (65%) em nosso cenário hipotético de default”, disseram os analistas da agência americana.

O Magazine Luiza registrou um elevado índice de dívida líquida ajustada sobre Ebitda em 2021, reflexo do maior endividamento bruto, com três novas emissões.

“Além disso, houve aumento no montante de recebíveis antecipados no ano, combinado com margens mais fracas, devido principalmente a um ano de retração das vendas em lojas físicas em função do ambiente macroeconômico desafiador, com juros mais altos e inflação acima da meta”, afirmaram.

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A S&P estima que o site de e-commerce mostrará recuperação nos números de 2022, com a integração das aquisições realizadas recentemente, assim como o avanço da plataforma de marketplace, com diversidade nos produtores e categorias.

Entre as expectativas da agência internacional, estão a melhor gestão de capital de giro, com redução do nível de estoques para se adequar ao ambiente de negócios pós-pandemia.

“Estimamos margem Ebitda de cerca de 7% e índice de dívida ajustada sobre Ebitda de cerca de 4,0x em 2022, com melhora gradual nos anos seguintes e manutenção da sua posição de liquidez confortável”, aponta o relatório.

A perspectiva estável reiterada pelos analistas indica a expectativa da S&P de que o Magazine Luiza continuará apresentando crescimento de receita de forma sólida.

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No quesito de liquidez, o relatório ressalta que a situação é confortável para o momento de recuperação da empresa. A estimativa é de que continue dessa forma nos próximos anos, com a boa posição de caixa, assim como geração de caixa operacional positiva e poucos vencimentos de dívida no curto prazo após as emissões recentes.

Por fim, a S&P acredita que a parte mais importante da estratégia da empresa para os anos seguintes sejam a expansão e representatividade de seu e-commerce, com novos vendedores para o marketplace, foco especialmente em varejistas locais que, no momento, vendem apenas no formato físico. É necessário também, na visão da agência, que a empresa continue investindo em logística e tecnologia para garantir vantagens nas entregas e prazos: “São fatores importantes para recorrência de compra e satisfação do consumidor”.

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Com o contexto apresentado, as lojas físicas passam a um ter papel mais amplo, servindo de ponto de coleta de itens de seus vendedores parceiros e retirada de produtos pelos clientes. Esse serviço já representa 13% dos pedidos do marketplace, fortalecendo a omnicanalidade e conveniência de sua operação.

Cotação do Magazine Luiza

As ações do Magazine Luiza fecharam o pregão de hoje em queda de 0,33%, a R$ 6,01. No ano, acumula perdas de 10,57%.

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Victória Anhesini

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