Magazine Luiza (MGLU3) perde 3,12% no Ibovespa; o que houve com as ações?

O Magazine Luiza (MGLU3) fechou o pregão desta terça-feira (31) em queda de 3,12%, a R$ 3,72. Apesar do Ibovespa ter fechado o mês no positivo, acumulando alta de 3,22%, as ações da varejista de e-commerce chegaram a cair 22,50% em maio. O que acontece com as ações?

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Leandro Petrokas, Diretor de Research e sócio da Quantzed, afirma que as ações seguem negociando a múltiplos altos (P/L de 151, P/VPA 2,33 e 26,90 EV/Ebitda dos últimos 12 meses). É o que leva o mercado a penalizar as ações de Magazine Luiza em tempos de juros altos e incertezas econômicas, diz o analista.

“O varejo físico segue patinando, com a queda na renda da população, como efeito dos juros, inflação e alto nível de desemprego. No varejo online, o mercado elegeu o Mercado Livre (MELI34) como principal player do segmento. Portanto as ações da Magazine Luiza estão sem drivers positivos para o momento”, disse o diretor.

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A Ativa Investimentos reduziu o preço-alvo do Magazine Luiza, de R$ 9,70 para R$ 8. Seguiu com recomendação neutra e justificou com as projeções de números pressionados para a varejista em virtude do cenário macro — apesar de estimativa alta de valorização em relação à cotação do fechamento de hoje.

Varejistas de e-commerce sofreram em maio

Com juros cada vez mais altos, o setor de varejo tende a sofrer mais no Ibovespa. Além de Magazine Luiza, Americanas (AMER3) perdeu 16,28% no acumulado do mês, assim como Petz (PETZ3), que desvalorizou 21,79%.

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Phil Soares, chefe de análise da Órama, destaca que a queda de hoje de Magalu, especificamente, não representa um recuo drástico e nada que destoe do varejo de consumo nesta terça, Está em linha com as estimativas do mercado para o Magazine Luiza (MGLU3). “É uma ação que estava muito cara. A empresa chegou a valer R$ 140 bilhões [em valor de mercado]. É uma empresa que não dá um lucro, nem de longe, proporcional a esse valor”, afirmou.

Ele ressaltou também que, mesmo se Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, decidisse “apertar os cintos” e cortasse custos, seria difícil a varejista gerar mais de RS 1 bilhão de lucro em um ano. “O valor da Magalu, mesmo depois dessa queda toda hoje, ainda é R$ 24 bilhões. Então mesmo um múltiplo de 24x o lucro é muito esticado para esse cenário que a gente tem hoje de juros altos e política contracionista do governo”, finalizou.

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O Magazine Luiza enfrenta atualmente concorrentes como Shopee e Mercado Livre (MELI34). Com pouco mais de dois anos de operação no Brasil, a Shopee, plataforma de e-commerce de Singapura, chegou com tudo, sem dar espaço para o varejo nacional tomar fôlego e, em abril, bateu o número de 2 milhões de lojistas.

Para efeito comparativo, o Magazine Luiza, que é o maior e-commerce nacional, tem 160 mil vendedores online, número que representa apenas 8% da operação da Shopee no Brasil.

Outros nomes do varejo local como Americanas e Via (VIIA3) também ficam para trás, com quantidade de sellers inferiores ao do Magazine Luiza, cerca de 122 mil e 130 mil, respectivamente, ao fim de 2021. Quem poderia concorrer com a operação da Shopee não divulga os números do Brasil, que é a varejista argentina, Mercado Livre. O e-commerce argentino abre apenas os seus números gerais de operação na América Latina. Neste recorte, a empresa conta com 9 milhões de vendedores online.

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Victória Anhesini

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