Lula recusa cortes no Orçamento e nova meta fiscal é foco do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou fazer novos cortes em despesas previstas para o Orçamento de 2024. Com isso, a nova meta fiscal do governo federal está passando por novos ajustes em Brasília.

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A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) agora toma um novo rumo determinado pelo posicionamento do presidente Lula após a reunião feita nesta terça-feira (31) no Palácio do Planalto com ministros e deputados da base aliada do governo no Congresso.

Nesse encontro, Lula esclareceu que não iria cortar nenhuma despesa já prevista no Orçamento 2024. Na prática, ao dar essa garantia, ele voltou a indicar que, na hipótese de uma arrecadação menor, o governo não pretende usar o contingenciamento para atingir a atual meta de déficit zero em 2024 – uma bandeira do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O tamanho da flexibilização da meta orçamentária, segundo apurou o Estadão, vai depender de uma definição mais clara de quanto o governo conseguirá obter de aumento de receitas com as medidas já apresentadas ao Congresso. Para atingir a atual meta, a equipe econômica ainda busca R$ 168,5 bilhões em receitas extras.

O foco agora do governo é a Medida Provisória 1.185, que limita a possibilidade das empresas abaterem benefícios fiscais estaduais dos tributos federais. O avanço desse texto no Congresso deverá definir o grau de flexibilização da meta 2024 e do déficit no ano: um saldo negativo de 0,25%, 0,50% ou, até mesmo, de 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB).

Como o novo arcabouço fiscal prevê uma banda de tolerância de 0,25 ponto porcentual para cima e para baixo, uma meta formal de déficit de 0,5% do PIB poderia permitir ao governo chegar ao fim de 2024 com um saldo negativo de 0,75%. Já na fixação de uma meta de déficit de 0,25%, o rombo das contas públicas poderia atingir até 0,5% do PIB.

“A questão é não mais quando mudar, mas quanto. O quando já está dado: será na votação da LDO“, disse o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), relator do projeto que altera a tributação dos fundos no exterior (offshore) e exclusivos. O deputado foi um dos cerca de 50 participantes da reunião de ontem.

A Junta de Execução Orçamentária (JEO) deve se reunir até a próxima semana para definir o melhor momento para a mudança da meta 20204. A JEO é um colegiado que toma as decisões de política fiscal do governo, e é formado pelos ministros Haddad, Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Esther Dweck (Gestão).

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Distante das novas mudanças da meta 2024, Haddad de reúne com Lula e Lira

Isolado diante de toda a movimentação para a mudança da meta orçamentária, o ministro da Fazenda tem buscado canais de diálogo com lideranças do Congresso para aprovar as medidas e lançar outras como o corte de renúncias fiscais. As discussões estão sendo feitas em torno da orientação do presidente Lula de não cortar as despesas. O ministro recebeu apoio público do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e se reuniu na noite de ontem com Lula e Lira.

A ala política do governo quer esperar um pouco mais para fazer esses cálculos; mas, por outro lado, tem os prazos para a votação do relatório da LDO na Comissão Mista de Orçamento (CMO). A expectativa do relator, deputado Danilo Forte (União-CE), era votar o relatório preliminar nesta semana, antes do feriado, o que não vai mais acontecer.

Com informações de Estadão Conteúdo.

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Camila Paim

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