Grana na conta

Lula: governo tem que abandonar compromisso de dar dinheiro ao mercado financeiro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal nome nas pesquisas eleitorais para assumir o próximo mandato, defendeu nesta quarta-feira (19) a necessidade de “retomar a democracia” no Brasil, bem como o compromisso com o social, em detrimento dos ganhos do mercado financeiro.

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“É preciso que a gente recupere a democracia do País, para que a gente coloque a desigualdade na ordem do dia como prioridade de um governo, e não o teto de gastos“, afirmou Lula em entrevista coletiva.

“Para que a gente coloque em discussão o compromisso com a evolução social da sociedade brasileira e deixe em segundo plano o compromisso fiscalista do governo, que tudo faz para garantir dinheiro ao mercado financeiro e não faz nada para garantir o pagamento da dívida social que é histórica no País”, completou o ex-presidente.

Segundo Lula, o sistema financeiro “terá que aprender a – quando sentar para conversar com um presidente – não ficar discutindo apenas os seus interesses”. Entre as prioridades, o ex-presidente defendeu medidas de aumento da proporção de pessoas com moradia, da massa salarial e do poder aquisitivo.

Lula – que disse não ter se decidido sobre a sua candidatura-  afirmou que, caso queira, não poderia disputar a eleição de 2022 a fim de “resolver o problema do sistema financeiro, dos empresários ou daqueles que ficaram mais ricos na pandemia”.

Segundo o ex-presidente, as soluções para o País passam por “colocar o pobre no Orçamento e o rico no Imposto de Renda”.

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Aliança entre Lula e Alckmin

Durante a fala, Lula também saiu em defesa do ex-adversário e possível aliado para as próximas eleições Geraldo Alckmin. “Sinto que você construiu uma quantidade de defeitos para poder falar do Alckmin”, disse o petista entre risos sobre a pergunta da jornalista Laura Capriglione, que citou a perseguição a professores estaduais, a repressão a movimentos secundaristas e ao “massacre do Pinheirinho”.

Para Lula, a definição da chapa esbarra na falta de filiação presente de Alckmin, apesar de o ex-tucano ter deixado o PSDB. “Não terei nenhum problema se tiver que fazer chapa com o Alckmin para ganhar as eleições e governar o País”, afirmou.

“Não [serei candidato] para ser protagonista. Eu [serei] candidato para ganhar as eleições, em um momento em que o Brasil está infinatamente pior do que estava em 2003, quando eu tomei posse”, disse Lula, defendendo a perspectiva de alianças e parcerias diante da facilidade maior de ganhar as eleições em relação à governar.

“Nada impede que, se for necessário, que se construa a possibilidade de as divergências serem colocadas num canto e se colocar as convergências no outro canto para se poder governar”, completou o petista.

Lula anunciou que, caso seja Alckmin a escolha de vice para as eleições deste ano, ele apresentaria o ex-governador de São Paulo tal qual fez com a escolha do empresário José Alencar para vice em 2003.

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Pedro Caramuru

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