Após balanço, Light (LIGT3) afunda 16,3% na Bolsa. O que pesou nos resultados?

A Light (LIGT3) reportou ontem um prejuízo de R$ 5,6 bilhões em 2022 e, no pregão desta quarta-feira (29), os papéis da distribuidora figurou entre as maiores quedas do dia. No fechamento da Bolsa, as ações da empresa tiveram um recuo de 16,31%.

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Para os analistas do Itaú BBA, o motivo é bastante simples: a Light apresentou resultados fracos no último trimestre. Eles pontuam que a empresa foi afetada por diversos efeitos não recorrentes e que a distribuidora citou os desafios na rolagem de sua dívida.

Os analistas destacam, ainda, que embora as obrigações contratuais de dívidas da Light estejam em dia, houve quebra de cláusulas em debêntures. Junto a isso, ocorreu um aumento de provisão de inadimplência e relacionada a processos judiciais.

“Houve diversos efeitos não caixa no trimestre, com maiores provisões para devedores duvidosos (R$ 438 milhões) e contingências (R$ 1,644 milhões) e baixa de crédito de PIS/Cofins (R$ 1,081 bilhões). Outras concessionárias que cobrimos haviam baixado o crédito em trimestres anteriores”, destacam.

O BBA ainda destaca que, dadas as implicações da lei aprovada em 2022, que estabelece que todo o crédito deve ser repassado para as tarifas do consumidor, a Light também contabilizou um impacto negativo de R$ 1,722 milhões em suas despesas financeiras.

Diante disso, o Itaú BBA tem recomendação de venda para Light, com preço-alvo em R$ 9,8.

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Light reverte lucro em prejuízo

A Light fechou o ano com um prejuízo líquido de R$ 5,6 bilhões, afetada por efeitos não recorrentes contabilizados no quarto trimestre, informou a companhia na noite de terça-feira (28). Um ano antes, a companhia havia registrado lucro de R$ 398 milhões.

No ano passado, a receita líquida da empresa foi de R$ 13,3 bilhões e o Ebitda, que mede a capacidade de geração de caixa, registrou R$ 1,7 bilhão, 28% superior a 2021.

Segundo a companhia, a maior parte dos ajustes que impactaram o quarto trimestre de 2022 se refere a uma provisão para devolução integral de créditos de PIS/Cofins aos consumidores nos termos da Lei 14.385/2022. Essa provisão afetou negativamente o resultado líquido em R$ 2,7 bilhões.

A distribuidora convive há anos com um desequilíbrio financeiro devido às dificuldades estruturais históricas da sua área de concessão, onde os níveis de inadimplência e furto de energia são muito superiores à média nacional.

Nos últimos anos, esse desequilíbrio na estrutura de capital da empresa está se agravando por conta do cenário macroeconômico e local. O consumo de energia faturado pela companhia em 2022 permaneceu em níveis inferiores ao pré-covid, informou a Light no comunicado que acompanha os resultados do ano.

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Janize Colaço

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