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Kovi, startup de locação, se reinventou na pandemia e agora investe no exterior

Startup iniciou operação no México após ampliar território dentro do Brasil - Foto: Divulgação Kovi

Startup iniciou operação no México após ampliar território dentro do Brasil - Foto: Divulgação Kovi

A startup de locação de carros Kovi é um exemplo de como as empresas estão se reinventando durante a pandemia. Grande parte de seus clientes são motoristas que viram a demanda de passageiros cair rapidamente desde o início do isolamento social, e por isso a startup decidiu incentivar o transporte de mercadorias.

Para isso, em março do ano passado foi criado o programa ‘KoviComVocê’, que faz a análise de trajetos dos motoristas para transportarem mercadorias. O programa foi feito em parceria com empresas já bem conhecidas do público, como Loggi, a Rappi e a CornerShop.

“[A pandemia] impactou a Kovi porque impactou os usuários da Kovi, já que os motoristas que trabalhavam com passageiros não tinham tanta demanda pois as pessoas ficavam mais em casa. Mas nesse período eles se reinventaram”, afirmou João Costa, fundador e Chief Technology Officer (CTO) da Kovi, durante AWS Startup Virtual Day Brasil, realizado hoje.

Através da análise de trajetos, foi perceptível que diversos motoristas aderiram ao modo de trabalho da Kovi, considerada uma das 100 startups mais promissoras de 2021.

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Crescimento no exterior

Além da mudança de rumos durante a pandemia, outro foco recente da Kovi é a expansão internacional.

Recentemente, a startup passou a operar plenamente no México, após realizar alguns testes no país, como modo de entender as adaptações necessárias em termos de cultura corporativa.

Algumas adversidades citadas foram, por exemplo, a administração das faturas de cartão de crédito por instituições bancárias, em vez das bandeiras – como ocorre no Brasil.

Mas mesmo com obstáculos visíveis, o negócio é extremamente promissor, segundo o executivo.

A Cidade do México, até a atualidade, disputa com o Brasil o título de capital com mais corridas de Uber (U1BE34), sendo que os motoristas do aplicativo são clientes em potencial da locadora.

Raio-X da Kovi

A companhia, lá em 2019, já ganhou grande visibilidade ao receber um aporte de US$ 30 milhões (R$ 151,4 milhões no câmbio atual).

Em fevereiro deste ano, a empresa chegou à marca de 10 mil motoristas vinculados, com ticket inicial de R$ 50 de aluguel na primeira semana, com modelos de carro a partir de 2018.

Na prática, o serviço funciona, basicamente, como uma locadora de carros que conta com quatro passos básicos:

Com o aumento gradual de motoristas de aplicativo, a companhia viu seu negócio crescer ainda mais, já que serviços de delivery e afins tornaram-se populares simultaneamente.

 

       

Parceria da startup com a AWS

A empresa foi um dos cases de destaque no AWS Startup Virtual Day Brasil, citando que os serviços da gigante da tecnologia americana foram importantes desde o “marco zero” da empresa.

“Eu já tinha tido outras experiências com a AWS em outras startups, e foram sempre experiências positivas. Ao longo dos anos, o portfólio da AWS melhorou muito. Assim, quando fomos lançar a plataforma da Kovi, boa parte dos produtos que eu já seguia maturaram muito próximo do tempo que lançamos a empresa, já que nossos investidores permitiram acesso ao Activate”, ressalta Costa, fundador da Kovi.

O Activate, citado por João, é um programa que visa impulsionar startups iniciantes, exigindo que as mesmas não tenham financiadores anteriores, sejam autofinanciadas e tenham menos de dez anos de vida.

Além do apoio financeiro, o corpo institucional da AWS presta suporte às startups. Essa disponibilidade foi destacada como um ponto forte, já que 70% das “mortes” de empresas do gênero decorrem de dimensionamentos prematuros, segundo relatório da Startup Genome.

“Batemos muito papo com especialistas. No nosso caso, como queríamos fazer uma ‘bagunça’ diferente, desenvolvemos nosso próprio HUB. Isso para que no fim do dia tivéssemos controles diferentes. O que trouxemos de lá [AWS] para cá foi o fargate“, cita João.

A ferramenta em questão é um “mecanismo de computação sem servidor para contêineres”, o que poupa o empreendedor de se preocupar com essa questão estrutural.

A adesão dentro da Kovi foi responsável por uma queda de custo global de 50%, segundo Costa, que teceu elogios aos sistemas serverless.

O modelo de arquitetura cobra somente os recursos utilizados para executar determinados códigos, utilizando a nuvem – o que também poupa espaço.

Filosofia em sintonia

Assim como o maior slogan da Amazon (AMZO34), a Kovi ressalta que está no seu DNA dar prioridade ao usuário. A filosofia é a mesma da grande companhia de Bezos, que tem como mantra a “obsessão pelo cliente”.

“Foquem no cliente, não venham com soluções mirabolantes porque isso não dá certo”, afirma.

“Os livros de história sempre contam a história bonita e floreada, mas contam o quanto ele [empreendedor] ralou para chegar lá; boa parte desse ralar é conhecer seu cliente profundamente, entender ele e lançar coisas novas na medida que você vai conhecendo ele”, afirma Costa, ao ser indagado sobre a principal dica para alguém que está começando uma startup atualmente.

Segundo ele, é comum o empreendedor delegar funções, mas o mais importante em uma startup é estar sempre próximo do usuário. “Isso, no fim do dia, garante que o seu time esteja alinhado. Resumindo tudo, humildade e foco no usuário, pois é ele que faz o negócio existir”, conclui.

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