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Juros altos: bancos lucram 49% a mais que em 2020, mesmo com uso do Pix, mostra BC

Bancos aumentam lucro com impulso de juros altos

Em um pregão banhado pelo otimismo externo, os bancos são destaques da Bolsa de Valores de São Paulo (B3)

Os juros mais altos têm ajudado os bancos a recuperar a rentabilidade perdida durante a pandemia, mostram dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira (9). De acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), referente ao segundo semestre de 2021, o lucro líquido do sistema bancário brasileiro foi de R$ 132 bilhões em 2021, 49% superior ao registrado em 2020 e 10% acima do observado em 2019.

O retorno sobre o patrimônio líquido dos bancos foi de 15%, retornando a níveis pré-pandemia.

“Após queda significativa no primeiro semestre de 2020, a rentabilidade do sistema retornou a níveis próximos daqueles observados antes da pandemia”, destaca o relatório.

Lucro nos resultados dos bancos no 2T22

Itaú (ITUB4) divulgou nesta segunda-feira (8) que encerrou o segundo trimestre de 2022 (2T22) com lucro líquido gerencial de R$ 7,6 bilhões, cifra que representa uma avanço de 17% no comparativo anual.

Os resultados vieram em linha com as casas de análise e bancos consultados pelo serviço Prévias Brodacast.

Segundo o balanço do Itaú, o retorno recorrente sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) médio foi de 20,8%, volume que representa uma alta de 1,9 ponto percentual (p.p.) na comparação com 2T21.

De acordo com os números do 2T22 do Itaú lucro contábil foi de R$ 7,4 bilhões, queda de 1,6% ante igual intervalo de 2021.

A margem gerencial financeira do Itaú foi de R$ 22,6 bilhões no 2T22, equivalente a uma elevação de 20,5% ante o trimestre anterior e alta de 7,6% em relação ao primeiro trimestre de 2022.

Bradesco (BBDC4) fechou o segundo trimestre de 2022 com lucro líquido recorrente de R$ 7,04 bilhões, alta de 11,4% no comparativo anual. A informação foi divulgada no balanço do banco, arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta quinta-feira (4) após o pregão.

lucro contábil do Bradesco atingiu R$ 7,07 bilhões entre abril e junho, o equivalente a um incremento de 18,4% contra mesmo período de 2021. O lucro ficou 6,7% acima das projeções dos analistas ouvidos pela Broadcast,

De acordo com o balanço do Bradesco do 2T22, o resultado veio com o desempenho da margem financeira com clientes, das receitas de prestação de serviços, das operações de seguros, além do controle das despesas operacionais.

O Retorno Anualizado sobre Patrimônio Líquido Médio (ROAE) teve alta de 0,5 ponto percentual e alcançou 18,1% no período. O Retorno Anualizado sobre Ativo Médio (ROAA) foi de 1,6%, apenas 0,1 ponto percentual acima do resultado do 2T21, e em linha sobre o 1T22.

Santander Brasil (SANB11) teve lucro líquido gerencial (que desconsidera o ágio de aquisições) de R$ 4,084 bilhões no segundo trimestre de 2022, uma queda de 2,1% em relação ao mesmo período de 2021. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, no entanto, o banco elevou seu lucro em 2%.

resultado do Santander no 2t22  foi sustentado pelo crédito e pelas receitas de serviços, que cresceram tanto no comparativo trimestral quanto no anual, e pelo controle de despesas. Por outro lado, o banco teve de ampliar em 72% as provisões contra a inadimplência, em um reflexo da piora das condições macroeconômicas e do maior risco da carteira, o que resultou em queda no lucro.

Segundo o balanço do Santander, a margem com clientes teve um salto de 24,5% em um ano, para R$ 14,288 bilhões. Este crescimento veio tanto do maior volume de crédito do banco quanto do mix mais rentável. Ao mesmo tempo, a instituição reprecificou a carteira de crédito diante da alta dos juros, o que impulsionou também o spread (diferença entre custo de captação e os juros cobrados dos clientes), que saiu de 10,2% um ano antes para 11,5%.

A margem financeira bruta do Santander, que reflete o resultado do banco com operações que rendem juros, foi de R$ 12,775 bilhões no trimestre, baixa de 4,8% em termos anuais, e de 8,3% em termos trimestrais.

O Banco do Brasil divulga seus resultados nesta quarta (10).

Pix cresceu 12% ao mês

Os resultados positivos dos bancos ocorreram mesmo com o uso do Pix, que entrou em vigor em novembro de 2020 e permite fazer transferências bancárias sem o pagamento de tarifas, como ocorria com o TED e o DOC.

O Pix chegou a representar 10,6% do total de pagamentos de varejo, segundo o REF. O crescimento médio mensal do volume de transações foi de cerca de 12%, com a maior parte das transações entre pessoas físicas.

Crédito mais caro

De acordo com o BC, a margem de crédito está pressionada pelo aumento do custo de captação, mas deve se beneficiar do mix mais rentável e de novas contratações de crédito a taxas mais altas.

Na última quarta-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu elevar a Selic de 13,25% para 13,75% ao ano, no 12º aumento consecutivo na taxa básica de juros. A Selic é usada como base para as taxas cobradas pelos bancos em empréstimos, por exemplo, além de ajustar a rentabilidade de alguns investimentos de renda fixa.

“O ambiente de taxas de juros mais altas favorece a concessão de novos créditos a taxas mais altas. A migração para um perfil de carteira de maior retorno e risco, que começou em 2021 e deve continuar em 2022, também tende a favorecer o retorno do crédito ao longo de 2022 dos bancos”, ressalta o documento.

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