Os investidores que seguraram o IRB Brasil (IRBR3) durante o período em que a “faca caiu” no início de 2020 terão uma pequena recompensa nesta quarta-feira (8). Pela primeira vez desde a crise envolvendo a resseguradora, a empresa distribuirá proventos a seus acionistas.
O IRB Brasil entregará R$ 0,03101001 por ação ordinária detida pelos investidores no fechamento do pregão de 14 de agosto de 2020. O valor é referente ao exercício de 2019 e foi atualizado pela taxa Selic desde o final daquele ano.
A companhia distribuirá o valor como juros sobre capital próprio, sobre o qual incide o imposto de 15% para os investidores pessoas físicas que não dispõem de alguma isenção especial.
Ao todo, o pagamento somará R$ 27,28 milhões que deixam o caixa da IRB Brasil. Em 2019, a empresa lucrou R$ 1,21 bilhão, segundo o balanço reajustado para correção de erros.
A resseguradora já aprovou também mais R$ 0,10 em dividendos relativos ao mesmo período que não possui data para pagamento aos acionistas. A data de corte também ocorreu em 14 de agosto de 2020.
Desde o último pagamento de proventos, em 2019, a vida do investidor de IRBR3 se tornou uma montanha-russa de emoções e decepções.
No final daquele ano, o IRB Brasil era um sucesso na B3, com valorização constante desde a oferta inicial (IPO). A ação, que veio a mercado em 2017 a cerca de R$ 9,08, considerando ajuste após desdobramento, superou os R$ 40 em janeiro de 2020, contando inclusive com rumores de uma possível entrada de Warren Buffett na empresa.
O primeiro grande sinal público de problema veio com a carta da gestora Squadra, que acusou o IRB Brasil de inflar o balanço de 2019 e reafirmou sua posição vendida (short) na empresa. A direção à época tentou rebater e chegou a fazer uma representação contra a gestora por manipulação de preços.
A carta da Squadra foi apenas a primeira peça de um dominó que empurraria a cotação do IRB Brasil ladeira abaixo. Outra peça importante foi a Berkshire Hathaway, de Buffett, que afirmou categoricamente que não possuía uma posição na companhia.
Nos meses seguintes, o IRB Brasil ganhou espaço nas páginas policiais quando o ex-CFO foi acusado de corrupção. Houve uma fiscalização especial da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu inquéritos para investigar a resseguradora.
O papel afundou 25% em fevereiro de 2020 e mais 70% em março, o que o levou abaixo dos R$ 10, devolvendo todos os ganhos desde o IPO. Desde então, o ativo vive uma volatilidade na cotação, com fortes variações diárias. Na última sexta-feira o papel IRBR3 do IRB Brasil fechou a R$ 5,27.
Data de corte para dividendos da Rede D’Or e Marfrig
Além do recebimento de juros sobre capital próprio da IRB Brasil, a semana será importante para quem quiser garantir mais dividendos e JCPs pingando em suas carteiras. Serão 3 empresas que têm marcado sua data de corte, quando os investidores com o ativo terão direito ao provento.
Veja a agenda das datas de corte do restante da semana:
- Quarta-feira (8/9): Ferbasa (FESA4) — JCP de R$ 0,38002080 com pagamento em 17 de setembro
- Quinta-feira (9/9): Rede D’Or (RDOR3) — Dividendos de R$ 0,99419 e JCP de R$ 0,085684 com pagamento em 17 de setembro
- Sexta-feira (10/9): Marfrig (MRFG3) — Dividendos de R$ 1,4006 com pagamento em 28 de setembro
Lembrando que esta matéria de agenda de dividendos não é uma recomendação de compra ou venda de ativos.
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