Em meio aos juros elevados e à instabilidade econômica, o investidor brasileiro busca respostas para uma questão clássica: onde alocar recursos para proteger e ampliar o patrimônio? Entre as alternativas mais discutidas estão os imóveis, as aplicações bancárias e o mercado de ações — três caminhos que oferecem perfis distintos de liquidez, segurança e retorno, mas que podem se complementar dentro de uma estratégia de longo prazo.
Segundo Gustavo Amaral, CEO da Zipin, ativos reais como imóveis oferecem uma vantagem estrutural: “Em um mundo marcado por oscilações de mercado e crises de confiança, os imóveis oferecem estabilidade e colateral, mantendo seu valor mesmo em tempos de crise.” Essa percepção tem mantido o setor imobiliário como pilar na estratégia de muitos investidores.
Proteção e valorização: imóveis e leilões
O mercado imobiliário continua atraindo quem busca segurança e valorização de longo prazo. Um dos motores recentes desse segmento são os leilões imobiliários, que cresceram 86% em 2024 e devem avançar mais 70% em 2025, segundo a Abecip. Os deságios de até 40% permitem adquirir ativos por valores muito abaixo do mercado, ampliando a margem de valorização futura.
Como lembra Amaral, trata-se de uma das formas mais eficazes de acelerar a construção patrimonial. “Os imóveis têm valor de uso, de troca e de renda. Quando adquiridos com critério, tornam-se uma ‘renda invisível’, ao se valorizar continuamente com o tempo”, destaca o executivo. Além disso, a demanda habitacional no Brasil, sustentada por mudanças familiares e urbanas, mantém um ciclo natural de procura que confere liquidez ao setor, mesmo em cenários adversos.
Liquidez e previsibilidade: aplicações bancárias
Para o investidor que prioriza liquidez e previsibilidade, os bancos oferecem alternativas difíceis de ignorar. Com a Selic em 15% ao ano, aplicações como Tesouro Selic, CDBs e fundos de renda fixa se consolidaram como formas seguras de preservar capital.
Segundo dados do Banco Central, a poupança ainda concentra mais de R$ 900 bilhões, enquanto CDBs e fundos de renda fixa ultrapassam R$ 2,5 trilhões. Esse volume mostra que, em períodos de juros elevados, as aplicações bancárias seguem como refúgio preferido dos investidores conservadores.
A vantagem está na liquidez imediata: é possível resgatar recursos com rapidez e ajustar o portfólio de acordo com as condições de mercado. Por outro lado, o retorno tende a ser mais limitado no longo prazo, especialmente em cenários de inflação mais persistente, já que o ganho real pode ser reduzido por impostos e custos.
Crescimento e dividendos: o potencial do mercado de ações
O mercado de ações oferece ao investidor a possibilidade de capturar crescimento e retorno recorrente via dividendos. Apesar da volatilidade, é a classe de ativos que historicamente mais remunera no longo prazo, justamente por refletir a expansão das empresas e da economia.
Nos últimos anos, companhias listadas na B3 têm registrado Dividend Yields (DY) atrativos, em alguns casos superando 10% ao ano. Para além da valorização das ações, esses proventos oferecem ao investidor uma fonte de renda recorrente. Setores regulados, como energia elétrica, são exemplos de maior estabilidade de pagamento, enquanto outros podem oferecer maior crescimento, mas com riscos adicionais.
Diversificação e análise criteriosa são essenciais nesse mercado. Avaliar balanços, setores estratégicos e governança corporativa ajuda a reduzir riscos e potencializar retornos. Para o investidor que aceita volatilidade, as ações são um pilar importante de investimentos e crescimento patrimonial.
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