Ibovespa pode até recuperar um recorde em 2022, diz Banco Inter (BIDI4); entenda

Apesar de ver um cenário desafiador em 2022 para o principal índice acionário brasileiro, o Banco Inter (BIDI4) estima que o Ibovespa pode fechar o ano aos 125 mil pontos, uma valorização de 22,5% em relação aos atuais 102 mil pontos.

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Caso o índice atinja a marca, recuperaria o recorde de fechamento de 8 de janeiro do ano passado, quando o Ibovespa atingiu este nível pela primeira vez. Entretanto, o cenário positivo ainda ficaria abaixo da máxima histórica de fechamento, de 130.776 pontos, em 7 de junho de 2021.

Entre os desafios para o bom desempenho do índice, o Inter destaca as pressões inflacionárias esperadas no ano, o que deve manter em alta a expectativa de juros. Apesar disso, o banco diz ver com otimismo o mercado de ações em 2022.

Dos destaques positivos que devem puxar o Ibovespa para cima, o Inter reforça o avanço do setor do agronegócio – com expectativa de safra recorde em 2022 e aumento da demanda externa -, bem como o de papel e celulose – com recuperação de preços e aumento da procura dentro e fora do País.

Outros pontos que podem ajudar o Ibovespa a subir são a recuperação do setor de shoppings, prejudicado pela disseminação do novo coronavírus, assim como a manutenção dos bons resultados da mineração e siderurgia.

“Não há dúvidas de que existem papéis bastante descontados na Bolsa e, em nossa opinião, o próprio índice opera em nível abaixo do esperado”, informa o relatório.

“Considerando uma média de negociação do Ibovespa com múltiplo de 18 vezes preço/lucro e com base nas nossas estimativas de 15 vezes preço/lucro para 2022, vemos o índice bastante descontado”, completa.

Ibovespa caminhou em 2021 na contramão dos mercados internacionais

Segundo o Inter, as incertezas do mercado doméstico e o cenário político conturbado ampliaram as percepções de risco dos ativos brasileiros, o que contribuiu para a pressão sobre os preços das ações no País e para o o mau desempenho do índice Bovespa em 2021, com queda de mais de 10% no ano, ao contrário do que se viu em índices acionários ao redor do mundo.

“Os estímulos econômicos colocados para limitar os impactos da pandemia em 2020 cumpriram seu papel, contribuindo para manutenção da demanda e crescimento. Contudo, conforme o ano avançava, vimos as pressões inflacionárias ganharem corpo”, disse.

“A aceleração na escalada dos juros trouxe ainda mais pressão baixista para os papéis das empresas negociadas na bolsa brasileira”, completou a análise.

Ainda assim, o banco ressalta que a demanda represada pela pandemia da covid-19 em 2020 fez avançar o preço das commodities em 2021, o que beneficiou as companhias na indústria e o Brasil, país grande produtor de matérias-primas.

No ano, o agronegócio acumulou alta de 37,86%, seguido pelo setor petroquímico, com valorização de 15,50%. De outro lado, os setores de varejo e construção civil lideraram as perdas do Ibovespa, com retração de 43,83% e 43,13% respectivamente.

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Pedro Caramuru

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