Intelbras (INTB3) sangra na receita, mas respira com caixa forte; veja a análise
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A Intelbras (INTB3) registrou uma queda de 10% na receita do terceiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado, divulgado no balanço trimestral, frustrou expectativas do mercado e reforçou os desafios da companhia em manter ritmo de crescimento após a revisão de seu portfólio de negócios.
Apesar do desempenho fraco nas vendas, a empresa conseguiu compensar parte da pressão operacional com lucro líquido de R$ 148 milhões, avanço de 14% na comparação anual, e forte geração de caixa livre, que alcançou R$ 455 milhões. O movimento reforça a capacidade da companhia de sustentar dividendos, mesmo em cenário de desaceleração.
Segundo o BTG Pactual, que comentou os números em relatório, o fluxo de caixa robusto pode se tornar um “amortecedor” para o preço das ações no curto prazo. A instituição acredita que a Intelbras pode ampliar o pagamento de proventos ainda este ano, especialmente diante da discussão sobre tributação de dividendos.
Receita em queda e pressão sobre as divisões
A retração nas receitas foi generalizada. Apenas a divisão de Segurança apresentou crescimento, de 4,4% ano a ano, abaixo da inflação e das estimativas do BTG. As áreas de Comunicações e Energia tiveram quedas expressivas, de 13% e 39%, respectivamente.
A Intelbras vem revisando seus negócios sob a ótica de rentabilidade e retorno sobre o capital investido (ROIC), descontinuando operações com baixa atratividade. Embora considerada estratégica, essa decisão tem gerado volatilidade nos resultados e impaciência entre investidores.
Mesmo com a receita em queda, a margem bruta superou as projeções em 90 pontos-base, e a margem EBITDAficou 20 pontos-base acima do esperado. O lucro líquido acima do consenso foi impulsionado principalmente pelo desempenho financeiro e pela melhora de margens operacionais.
Caixa forte como ponto positivo
O grande destaque do trimestre foi o fluxo de caixa livre (FCF) de R$ 455 milhões, resultado da normalização do capital de giro após a implementação do sistema ERP. Segundo o BTG, esse movimento pode permitir um aumento nos dividendos e trazer fôlego à ação, que acumula queda próxima de 30% no ano.
Avaliação e recomendação
O BTG Pactual manteve recomendação de compra (Buy) para as ações da Intelbras (INTB3), com preço-alvo de R$ 22,00, o que representa potencial de valorização de 84% em relação à cotação de R$ 11,95.